Fundado em 1925 por Irineu Marinho, o jornal O GLOBO completa 90 anos de circulação ininterrupta neste dia 29 de julho como um dos veículos mais importantes do país. Apresentado às vésperas de ser lançado como um jornal criado para levar aos leitores “ampla informação, absoluta independência e rigorosa imparcialidade”, O GLOBO também se destacou pela ousadia e inovação, que deram origem ao maior grupo de mídia do país. Hoje, sua equipe de mais de 400 profissionais – entre jornalistas, diagramadores e fotógrafos – segue conquistando prêmios no Brasil e no exterior.
Com uma circulação de 320 mil exemplares diários, distribuída entre impresso (cerca de 200 mil) e digital (cerca de 120 mil), O GLOBO demonstra força em diferentes mídias. Sua edição impressa é líder de vendas em banca aos domingos, com mais de 60 mil jornais, enquanto sua carteira digital registrou crescimento de 22% em assinantes digitais desde janeiro de 2015. A adoção do paywall no site trouxe dez mil novas assinaturas.
As edições digitais do GLOBO estão disponíveis para download no computador, tablet e celular. São mais de 600 mil edições do jornal baixadas por mês, sendo que 27% são a partir do smartphone. Nos devices móveis, o Flip é o produto mais consumido da assinatura digital, fica quase empatado com o site. Os apps de notícias e do jornal estão disponíveis para todos os sistemas operacionais móveis: iOS, Android e Windows Phone. Os sites (web e mobi) registram mais de 20 milhões de visitantes únicos e 90 milhões de pageviews. Trinta e oito por cento da audiência (pageviews) é proveniente de devices móveis, sendo que a maior parte, do celular.
AÇÕES COMEMORATIVAS
A comemoração dos 90 anos do jornal O GLOBO envolve uma série de iniciativas, incluindo ações editoriais, eventos e publicações especiais, entre outras. Nas páginas e no site do jornal, o aniversário já vem sendo marcado em seções que homenageiam a história do jornalismo diversas vezes premiado do GLOBO.
Hoje, 29 de julho, foi publicado um caderno especial com 56 páginas contando a história do jornal, mostrando os desafios do presente e do futuro e discutindo questões como liberdade de imprensa e a importância do jornalismo de qualidade na era da Revolução Digital. Entre os temas abordados estão a evolução editorial e gráfica do jornal, a história dos principais suplementos e cadernos, fotografias jornalísticas que marcaram a memória dos leitores, personalidades que escreveram para o jornal, artigos de colunistas e convidados e os principais prêmios conquistados nessas nove décadas.
No mesmo dia haverá a publicação de um livro digital – o e-book “90 Anos 90 Reportagens”, contendo as histórias mais importantes e premiadas do GLOBO. São matérias que causaram impacto na sociedade e furos jornalísticos reproduzidos na íntegra, com fotos e textos, contextualizando cada momento. O e-book poderá ser baixado gratuitamente pelos assinantes com acesso ao pacote digital.
A publicação do livro “Primeiras Páginas”, em edição com tiragem limitada, também é um dos destaques da comemoração. O livro que contém uma seleção das primeiras páginas mais importantes e representativas que o jornal publicou entre 1925 e 2015, e permite acompanhar o desenvolvimento gráfico do jornal e também analisar os panoramas político, cultural e econômico ao longo das décadas.
Outra ação especial marcará a abertura do Acervo O GLOBO. Normalmente com seu conteúdo restrito aos assinantes com acesso ao pacote digital do GLOBO, o Acervo – que contém todas as edições do jornal, completas, desde sua fundação – ficará aberto por dois meses, até 29 de setembro, mediante cadastro, com acesso ilimitado para todos poderem consultar o conteúdo de 90 anos de história e fatos marcantes desse período.
A primeira das ações editoriais recebeu o nome de “90 Anos, 90 Personagens”. Desde o final de abril, uma retrospectiva das nove décadas de história do GLOBO vem sendo construída a partir de depoimentos em vídeo dos leitores. Cada um relembra qual a matéria impressa nas páginas do GLOBO que marcou sua vida. A ação, publicada no site do GLOBO (http://infograficos.oglobo.globo.com/rio/o-globo-90-anos.html), teve início 90 dias antes do aniversário com uma leitora de 90 anos e seguiu, sucessivamente em ordem decrescente de idade, até terminar com os pais de um recém-nascido. Depoimentos de personalidades como Perfeito Fortuna, Beatriz Milhazes, Eduardo Paes e Zeca Pagodinho também fazem parte da série.
Na série de reportagens “Contadores de Histórias”, que começou a ser publicada no final de maio, são relembradas as histórias por trás de grandes reportagens e furos jornalísticos publicados nas páginas do jornal. Além de lembrar os personagens e os fatos que marcaram, são trazidos à atualidade os protagonistas destas histórias passadas.
A ligação do GLOBO com o Rio de Janeiro é aprofundada na série especial “90 Anos nos Bairros”. Cadernos especiais contaram as histórias de personagens que foram importantes para cada bairro do Rio – Zona Sul, Tijuca, Niterói, Zona Norte e Barra – ao longo dos últimos 90 anos.
EVENTOS
Entre os eventos que marcarão o aniversário, destaca-se a edição especial doAquarius. A Orquestra e Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro se apresentarão no dia 22 de agosto na Cinelândia, com o Theatro ao fundo. Criado em 1972 por Roberto Marinho, Isaac Karabtchevsky e Péricles de Barros, o Aquarius já levou, em suas 42 edições, espetáculos gratuitos de dança e música clássica centenas de milhares de pessoas. A regência será do próprio maestro Karabtchevsky, que conduzirá um roteiro pontuado por músicas clássicas e do repertório popular nacional, para apresentar a história do GLOBO. Sócios do Clube Sou+Rio terão lugar privilegiado no evento.
No dia 25 de agosto será aberta no MAR – Museu de Arte do Rio – uma exposição de fotojornalismo, que reunirá fotos emblemáticas que O GLOBO publicou ao longo de sua história. Na inauguração, os fotógrafos do jornal estarão presentes na galeria da exposição para um bate-papo sobre fotojornalismo. A mostra permanecerá no museu até o dia 8 de novembro. No dia 27 de agosto, será realizado no MAR um debate sobre a evolução e desafios do jornalismo, com a participação de colunistas e jornalistas do GLOBO, e convidados.
Um Ciclo na Casa do Saber O GLOBO (RJ) discutirá temas relacionados ao futuro do jornalismo, como a liberdade de expressão e a função do jornalismo em tempos de redes sociais. Os eventos acontecerão nos dias 10 e 24 de setembro e 8 e 29 de outubro.
O GLOBO também organizou ações especiais voltadas aos associados do Clube Sou+Rio. No dia 8 de agosto, os sócios-assinantes terão a oportunidade de acompanhar, no Maracanã, um bate-papo com quatro grandes jogadores que fizeram história nos quatro times grandes do Rio, com moderação de jornalistas do Globo. O evento incluirá ainda visita aos vestiários e ao gramado do estádio.
Os associados do Sou+Rio também terão a oportunidade de participar em agosto de visitas ao Parque Gráfico e à Redação do GLOBO, onde poderão acompanhar de perto todo o processo de produção do jornal.
Outra ação especial foi a criação de um cartão-degustação, que oferecerá acesso gratuito por 90 dias aos produtos do pacote digital e será distribuído em eventos. Também haverá uma modalidade de venda do cartão, que poderá ser encontrada em diversos pontos-de-venda.
E, seguindo uma tradição de décadas, o aniversário será homenageado em umamissa para funcionários do GLOBO na Capela Nossa Senhora da Vitória, no centro histórico do Rio de Janeiro, no dia 29 de julho.
— Estamos muito felizes em celebrar esta história vitoriosa. São nove décadas de uma trajetória que se confunde com a história da cidade e do país. Vamos comemorar a data com produtos e promoções especiais para nossos leitores e assinantes, que terão boas surpresas nos próximos meses — afirma Sandra Sanches, diretora-executiva do Globo.
HISTÓRIA E RENOVAÇÃO
O GLOBO chega renovado aos 90 anos. O vespertino que, em sua primeira edição, vendeu 33.435 exemplares, cresceu, se modernizou e hoje está 24 horas ao alcance da mão. No jornal entregue na porta de casa ou vendido em banca, na tela do computador e do celular, em texto, foto, vídeo ou áudio, o jornalismo se ajusta às exigências de um novo tempo – o da notícia em tempo real – e de um novo leitor que, em meio a tantas informações, deseja, e necessita, entender seu significado.
A distância que separa a primeira rotativa – uma velha Marinoni francesa, alugada – do mais moderno parque gráfico da América Latina foi percorrida por permanentes inovações e um começo atribulado: Irineu Marinho lançou O GLOBO poucos meses após perder o controle acionário do jornal “A Noite”, que fundara em 1911. No seu lançamento, em 29 de julho de 1925, a redação e as oficinas funcionavam num antigo prédio no Largo da Carioca, em salas emprestadas pelo Liceu de Artes e Ofícios. O fundador morreu em menos de um mês, de infarto. O jornal passou a ser conduzido pelo jornalista Eurycles de Mattos, que morreu seis anos depois. Em 1931, Roberto Marinho assumiu a direção. Tinha 26 anos.
As dificuldades não impediram que O GLOBO se transformasse no mais importante jornal fluminense e um dos mais influentes do país, ponto de partida para o maior grupo de comunicação latino-americano. Nove décadas e muitas inovações após aquela primeira edição, vendida exclusivamente em bancas ou pelas mãos de pequenos jornaleiros, a audiência ganhou novos patamares. Desde 2013, ser assinante do GLOBO significa receber o jornal impresso, ter acesso ilimitado ao conteúdo do site, e poder ter acesso ao conteúdo no computador, tablet e celular, além de acessar o acervo e seus 90 anos de história retratada em todas as edições desde o lançamento. São 320 mil assinantes, que escolhem ler o jornal impresso ou a edição digital, conforme dados do Instituto Verificador de Comunicação (IVC), de maio deste ano.
A audiência digital começou a ser construída, ainda de forma embrionária, em 1996, com o lançamento do GLOBO On-line. A internet comercial recém chegara ao Brasil, as páginas da web ainda eram estáticas – no começo, o site limitava-se a reproduzir as edições diárias impressas, com algumas informações complementares -, mas o jornal já enfrentava o desafio de se reinventar. Dois anos depois, o GLOBO On-line começava a montar sua própria equipe de jornalistas e, em 1999, com um plantão de notícias 24 horas por dia, sete dias por semana, o site firmou-se como um dos principais noticiários eletrônicos do país, com média mensal de 20 milhões de visitantes únicos.
O jornal se modernizou, mas em alguns aspectos continua o mesmo, como destaca o diretor de Redação do GLOBO, Ascânio Seleme:
– O GLOBO mudou muito nos últimos 90 anos. Seu design no papel é mais leve e ágil. Seu site na internet teve mais de um bilhão de acessos no ano passado. O GLOBO agora é móvel e portátil e cabe na palma da mão dos seus leitores. Embora seja um outro jornal, O GLOBO publicado hoje é exatamente igual ao seu primeiro exemplar quando se trata de sua linha editorial. O jornal não mudou em nada seu compromisso com a informação correta, rigorosa e meticulosamente apurada e checada. Tampouco mudou seu respeito aos princípios éticos e à pluralidade de opinião. Também não perdeu sua densidade e reafirma a cada dia sua convicção de que jornal se faz com mais reportagem, mais análise e mais debate. Nesses aspectos, O GLOBO de hoje é o mesmo jornal idealizado por Irineu Marinho e construído por Roberto Marinho. Um jornal que respeita seus leitores e ama o Rio de Janeiro e o Brasil – afirmou.
NOVAS MÍDIAS
À medida que o mundo passava a caber na palma da mão, crescia o desafio das empresas de mídia para acompanhar a velocidade das novas tecnologias. Era preciso investir a fim de preparar-se para mudanças radicais nos hábitos de consumo de informação. Em 2007, O GLOBO lançou o GLOBO.mobi, seu primeiro site de notícias para celulares ligados à rede. Mas foi em setembro de 2008 que a estratégia de atuar de forma mais intensa no mundo digital traduziu-se num novo posicionamento: “Muito além do papel de um jornal”.
Um mês depois, o Brasil sofreria os reflexos de uma crise mundial sem precedentes, com redução de crédito e de consumo, que impactou grandes setores da economia. Os jornais impressos não passaram ao largo da crise e sofreram com a queda de circulação. Enquanto cobria a crise que assolava o mundo, os jornalistas do GLOBO viviam uma revolução no seu dia a dia, preparando-se para a integração das redações do site e do impresso. Era o início de uma nova etapa na história do GLOBO, a ser contada em múltiplas plataformas.
Em 2009, O GLOBO foi o primeiro jornal sul-americano a lançar sua versão para o Kindle, permitindo a leitura do jornal também pelo tablet da Amazon. No ano seguinte, o jornal estava disponível no iPad. O Orkut era a rede social dominante no Brasil quando, em 2010 o jornal criou a Editoria de Mídias Sociais e Interatividade. O Orkut deixou de existir, mas a presença do GLOBO nas redes sociais não parou de crescer. Pelas páginas e perfis no Twitter, Facebook, Instagram e Google Plus, O GLOBO passou a conversar com uma nova audiência, superior a 13 milhões de pessoas. Só no Twitter, incluindo editorias, suplementos, colunistas e blogs, são seis milhões de seguidores, garantindo a liderança entre os cinco principais jornais do país.
Para João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo GLOBO, independentemente dos avanços tecnológicos, é fundamental assegurar a qualidade do conteúdo:
– O que está mudando são os canais de distribuição, não a essência do que produzimos. E o público valoriza o conteúdo. É o que engaja, emociona, informa, entretém. É o que fideliza o relacionamento. Ou seja, a proliferação de plataformas de distribuição só valoriza quem produz conteúdo de qualidade – afirmou, em entrevista ao Valor Econômico.
A busca por inovar é antiga. O GLOBO foi o primeiro jornal a usar cor diariamente na primeira página e a ter uma charge estampada na capa. Publicou a primeira telefoto da imprensa brasileira, mostrando a nadadora Piedade Coutinho disputando as Olimpíadas de Berlim, e a primeira telefoto colorida produzida no Brasil também saiu no GLOBO (1979).
– Nenhuma empresa prospera sem planejar. Para a empresa jornalística, trabalhar pensando nos dias que virão é também teste de competência em sua área de ação específica. De fato: nós que temos os fatos do presente como matéria-prima, faríamos triste papel se nos revelássemos ineptos na preparação do futuro – disse Roberto Marinho, em 1992.
E foi planejando o futuro que O GLOBO, em julho de 2012, concluiu a implantação da nova plataforma de produção e edição integrada de conteúdo: impresso e digital (site, smartphones, tablets, Kindle). Junto com o sistema editorial, o jornal lançou o novo projeto gráfico, debatido por um ano e meio pelo comando da redação com editores e leitores, sob consultoria do escritório de design Cases i Associats, de Barcelona. Mais uma vez O GLOBO reafirmou sua opção pela excelência editorial, com reportagens de fôlego, notícias aprofundadas e variedade de conteúdo, em páginas mais arejadas. Antecipando-se ao redesenho, a revista O GLOBO, lançada em 2004, já entrou 2012 reformulada e impressa em papel LWC 60, com cores mais vivas e melhor qualidade de impressão.
– Cada um tem uma maneira de gostar do jornal. Tem gente que vai direto à página de editorial e tem gente que vai direto a outro lugar. Pode ser que no futuro mais pessoas passarão a ir direto a determinadas coisas, mas, para mim, a primeira página do jornal é fundamental, porque me dá a importância de cada uma das matérias – declarou Roberto Irineu Marinho, presidente do Grupo GLOBO, em entrevista ao Valor Econômico.
Com marcas já consolidadas no impresso, os sites do ELA, da Patrícia Kogut e da Defesa do Consumidor tornaram-se, em 2012, referência, em seus segmentos, também no digital. Já o site do RioShow, lançado três anos antes, como um guia de programação cultural do Rio, chegou ao iPhone e Android, na forma de aplicativos com agenda para cinema, bares, restaurantes, peças, shows, exposições, festas e eventos infantis. O vespertino O GLOBO a Mais, lançado no início do ano, exclusivamente para iPad, e que rendeu ao jornal o prêmio Esso de Melhor Contribuição à Imprensa, deixou de ser publicado em 2015, em meio ao desenvolvimento de um novo produto para tablets e smartphones.
E-BOOKS E ACERVO DIGITALIZADO
Num mercado em que as mudanças ocorrem cada vez mais rápidas, com leitores buscando e compartilhando informações nas mais diversas plataformas, O GLOBO foi pioneiro – entre os grandes jornais brasileiros – no lançamento de e-books. O livro de estreia exigiu um mergulho no acervo e um intenso trabalho jornalístico para contar, desde as obras iniciais em 1948, a história do Maracanã, em plena reforma para a Copa de 2014. Segundo relatório do Ibope, apenas entre junho e novembro de 2012, mais de 1,4 milhão de livros digitais foi vendido no Brasil. Desde então, o jornal – que sempre apoiou iniciativas culturais e que, por mais de 20 anos, investiu no programa “Quem lê jornal sabe mais”, de incentivo à leitura em salas de aula – já lançou 10 e-books, totalizando mais de 22 mil downloads.
Mas foi no lançamento do site do Acervo – com todo o conteúdo do jornal desde 1925 – que o passado, revisitado, ganhou mais espaço. Ao lançar o site, com o projeto Memória, o jornal reconheceu o erro de ter apoiado o Golpe de 64. Afirma o editorial, disponível no site do projeto memória do GLOBO: “A História não é apenas uma descrição de fatos, que se sucedem uns aos outros. Ela é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los”. E prossegue: “À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma”.
O RIO
Se a trajetória de um jornal reflete a história do país, a história do GLOBO, desde o início, está entrelaçada à do Rio, numa relação de confiança, compromisso e afetividade. Em 1933, ano seguinte ao primeiro desfile das escolas de samba, promoveu a passagem de 35 escolas pela Praça Onze. Nos anos 60, “O Rio será sempre o Rio” foi o tema da campanha capitaneada pelo jornal para elevar o astral dos cariocas, abalados com a mudança da capital para Brasília. Por sugestão do diário, “Cidade Maravilhosa” se tornou o hino oficial do Rio.
As causas se renovam, mas o compromisso com o Rio se mantém. Durante a conferência das Nações Unidas sobre sustentabilidade, a Rio+20, o jornal, na defesa do desenvolvimento sustentável, foi muito além da cobertura factual: realizou debates e seminários, publicou cadernos especiais, editou um site em inglês, promoveu um mutirão nas praias e a criação de uma obra de arte, por Vik Muniz, com participação do público, numa tenda montada no Aterro do Flamengo.
Não é de hoje que O GLOBO desenvolve ações em espaços abertos. Desde 1972, o Projeto Aquarius já levou música clássica, de graça, a milhões de pessoas em mais de 300 apresentações em diferentes cidades do país. Na comemoração dos seus 40 anos, o presente foi em dose dupla: na Praia de Copacabana, para 80 mil pessoas, e uma inédita apresentação no Complexo do Alemão, cujo público, de quatro mil pessoas, aplaudiu de pé o espetáculo. As apresentações ao ar livre conquistaram também o Bonequinho, personagem criado em 1938 para refletir as críticas de cinema e que até hoje é marca registrada do GLOBO. A partir de 1996, a mostra “O Bonequinho Viu” promoveu a exibição de filmes nacionais e internacionais nas areias de Copacabana, atraindo, ao longo de dez anos, mais de 300 mil pessoas.
Mas há programas para todos os gostos, como o Rio Gastronomia, maior evento do ramo no país, com participação de 450 restaurantes, cujo circuito de aulas, degustações, atividades infantis e quiosques atraiu, ano passado, mais de 40 mil pessoas. Uma das iniciativas mais tradicionais é o Intercolegial, que há mais de 30 anos atrai jovens estudantes para a prática esportiva e revela talentos para o esporte brasileiro. Com a Casa do Saber O GLOBO, parceria firmada em 2013, o jornal manteve a tradição de promover debates sobre temas de interesse da sociedade, encontros culturais e exposições, numa programação que inclui convidados, jornalistas e colunistas do jornal. A ligação com a cidade e o país também fica clara no Prêmio Faz Diferença que, há 12 anos, homenageia os brasileiros que contribuíram com o seu talento para mudar o país.
A ESSÊNCIA DO JORNALISMO
Em meio às mudanças por que passa o jornalismo, a essência não mudou: a importância da informação jornalística, com credibilidade e isenção, e a busca pelo “furo” de reportagem. Em 59 edições do Prêmio Esso, O GLOBO conquistou 64 premiações, além de vários prêmios internacionais. Para citar apenas alguns dos que marcaram o período mais recente da História do país: a série “Guerrilha do Araguaia” (1996), provando que militantes do PCdoB desaparecidos tinham sido mortos sob custódia do Exército e enterrados em cemitérios clandestinos; a publicação do laudo sobre a morte do guerrilheiro Carlos Lamarca (96); “Na mira dos EUA” (2013), ao revelar que na última década pessoas e empresas no Brasil foram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos EUA); e “Farra de aditivos na refinaria Abreu e Lima” (2014), sobre superfaturamento em obra da Petrobras em Pernambuco. O esforço para fazer um jornal cada vez melhor rendeu ao GLOBO, nos últimos 20 anos, 58 prêmios da Society for News Design, organização que reúne cerca de 1.500 veículos jornalísticos do mundo.
O time de colunistas do GLOBO também é um dos destaques do jornal, assegurando pluralidade de opiniões, profundidade de análise e equilíbrio entre modernidade e tradição. São 65 colunistas em diferentes editorias e suplementos, além dos mais de 30 colunistas e articulistas que se revezam nas páginas de Opinião. Tudo isso a fim de que não falte ao leitor matéria-prima para formar sua própria opinião sobre os fatos – desde sempre, um papel fundamental do jornal.