Louis Armstrong é um dos filhos de New Orleans. Nasceu numa família pobre dessa cidade de Louisiania no primeiro ano do século 20 e tomou contato com a música aos 11 anos ao ingressar na Fisk School for Boys onde outros meninos exercitavam o jazz, um dos ritmos marcantes de New Orleans. Criado por familiares e enfrentando inúmeras dificuldades, chegou a anotar, tempos depois, que sua juventude havia sido o período mais doloroso da vida não fosse a música. “Every time I close my eyes blowing that trumpet of mine, I look right in the heart of good old New Orleans…It has given me something to live for.” (“Todas as vezes que eu fecho os meus olhos tocando aquele meu trompete, eu olho logo no coração da boa velha New Orleans… Ela deu-me algo pelo que viver.”).
O primeiro trompete, instrumento ao qual emprestaria talento e um estilo único foi comprado com dinheiro emprestado dos Karnofskys, imigrantes judeus de origem russa, que eram vizinhos e cuidavam de Armstrong quando a mãe saia para trabalhar. Em homenagem aos Karnofskys ele passou a usar uma estrela de David na lapela da roupa até o fim da vida em 6 de julho de 1971, aos 69 anos. Entre as canções que deixou como legado está “What a Wonderful World”, carregada de esperança de que a Terra vista lá de cima, tão pequena é o lugar que habitamos e do qual temos que cuidar. Temos que nos unir para enfrentar catástrofes como a que a se abateu, há 10 anos em New Orleans na defesa desse chão, desse espaço que é o nosso lugar no mundo.
Louis Armstrong permanece vivo nas canções. É uma fina estampa de New Orleans.