A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SP/RS) começa a veicular nesta segunda-feira, 21, uma campanha que o jornal inglês Daily Mail, ao comentar as peças divulgadas em inglês na semana passada, as classificou como perturbadoras e de alto impacto para alertar gestantes de que seus filhos são o que comem. Como toda obra que recorre à arte hiper-realista, o trabalho desenvolvido pela agência Paim Comunicação é mesmo perturbador ao substituir os seios femininos por alimentos que estimulam a obesidade e reduzem a diversidade de proteínas, vitaminas e fibras no organismo necessários para a boa formação de um bebê como um super-hiper-gigante hambúrguer, um confeito enorme ou um copão de refrigerante. É por meio dessa mensagem explícita pela imagem que a SP/RS pretende atingir as mães sobretudo gestantes e as que estão em fase de amamentação da prole, alertando para os riscos a que submetem os filhos com uma alimentação precária.
A campanha “Seu filho é o que você come” consegue por meio da ilustração hiper-realista chocar. O movimento que teve origem no fotorrealismo tem mesmo esse papel de amplificar a realidade a ponto de torná-la ainda mais real, como que emprestando às obras uma quarta dimensão, reforçada por detalhes impressionantes a exemplo das esculturas do australiano Ron Mueck que atraíram brasileiros no ano passado à salas de exposições no Rio de Janeiro e São Paulo, ou como as ilustrações, filhas hiperativas do fotorrealismo, do italiano Roberto Bernardi onde pode-se quase sentir a temperatura dos objetos retratados que ele coloca em geladeiras e prateleiras de supermercados ou como o traço perturbador em caneta BIC do espanhol Juan Francisco Casas de pessoas que parecem reais, que se descolam do papel e ganham vida pelo olhar. O mesmo se aplica às emoções profundas que o austríaco Gottfried Helnwein empresta às pessoas que desenha e que parecem perdidas, desprotegidas na sua singularidade como se o universo ordinário torna-se assim um universo extraordinário, de fato hiper-realista.
Ao recorrer à essa escola, as ilustrações criadas pela Paim têm, de fato, esse poder perturbador. Constituem um acervo de arte hiper-realista a favor da vida. Uma mensagem de alto impacto para quem as vê, perturbadora e por isso marcante, capaz de atingir com grande habilidade o público e passar de forma cristalina, hiper-real, como é próprio dessa escola, a sua mensagem.