A Lojas Renner anunciou no início deste ano de 2007 um investimento de R$ 82 milhões na expansão da sua rede de lojas de departamento, por meio de 12 novas lojas em todo o País, que vão se somar às 81 lojas existentes. A rede de lojas de departameto que nasceu brasileira e foi comprada em dezembro de 1998 pela J.C. Penney, que vendeu em bolsa as ações de controle para fundos de investimento, pretende avançar inclusive para a região Norte, onde abre a sua primeira loja em Manaus.
“Você tem seu estilo. A Renner tem todos”, mas que o slogan é o retrato do que essa loja de departamentos, com grande foco nas classes B, C e D, oferece aos consumidores: variedade e preço.
A Renner pretende abrir seis lojas neste primeiro semestre de 2007 e outras seis de julho a dezembro. As inaugurações que estão programadas para os próximos meses são no Rio de Janeiro (Shopping Tijuca), Florianópolis (Shopping Iguatemi), Piracicaba (Shopping Piracicaba), Manaus (Shopping Amazonas), Salvador (Salvador Shopping) e Aracaju (Shopping Jardins).
O tamanho médio de uma loja Renner é de 2,4 mil metros quadrados de área útil.
A história dessa rede, em fase de expansão, começa, porém, com a chegada de Antônio Jacob Renner ao Brasil. Descendente de alemães, começou a trabalhar ainda menino na fábrica de banha da família em São Sebastião do Caí.
Em 1912, inicia o grupo A. J. Renner, indústria fabril instalada no bairro Navegantes. Comercializava capas de pura lã e capas do vestuário masculino, resistentes ao frio, ao vento Minuano e às chuvas, tornando-se uma peça de roupa indispensável, tanto para o gaúcho da Campanha e caixeiros-viajantes, como também ao homem da cidade.
Lojas Renner teve seu primeiro ponto-de-venda inaugurado em 1922. A partir de 1940, com a comercialização de um mix mais amplo de produtos, tornou-se uma loja de departamentos. Em 1965, houve a constituição de Lojas Renner S.A. que, a partir de 1967, tornou-se uma empresa de capital aberto.
Ao final de 1991, Lojas Renner passou por uma completa reestruturação. O modelo de loja de departamentos full line foi substituído pelo conceito de loja de departamentos com especialização em Moda.
A partir de 1994, inicia-se o plano de expansão. Plenamente reestruturada, a empresa inaugura lojas além das fronteiras do Rio Grande do Sul, passando, então, a atuar no estado de Santa Catarina, com unidades em Florianópolis e Joinville. Em 1996, com o sucesso da iniciativa, a operação é estendida também ao Estado do Paraná, com a inauguração da loja de Curitiba.
Em 1997, é dado um outro grande passo: a entrada de Lojas Renner no Estado de São Paulo, principal centro econômico do país. Duas lojas são inauguradas: uma na região da Grande São Paulo – em São Bernardo do Campo – e outra na zona oeste da capital paulista. Em 1998, são inauguradas mais três lojas, sendo duas no interior – Sorocaba e Guarulhos – e outra na capital de São Paulo, consolidando a atuação em São Paulo.
Em 22/12/1998, foi transferido o controle acionário da Companhia para J. C. Penney Brazil, Inc., através de sua subsidiária J.C. Penney Brasil Investimentos Ltda.
Em 1999, Lojas Renner expande-se para o Rio de Janeiro, inaugurando quatro lojas na capital, uma em Niterói e uma em Volta Redonda . São inauguradas lojas também em Belo Horizonte (MG) e em Brasília (DF). No ano de 2000, expande-se para o Estado de Goiás .
Em 2001, foram inauguradas 5 novas lojas (São José – SC, Brasília – DF, Belo Horizonte – MG, Rio de Janeiro – RJ e São José do Rio Preto – SP).
Em 2003, a Renner abriu mais quatro lojas, em Vitória (ES), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR).
Em 2004, a rede inaugurou lojas em Contagem (MG), Belo Horizonte (MG), Campinas (SP) e Cuiabá (MT).
Em 2005, a rede ganhou duas novas lojas, em Londrina (PR) e Campo Grande (MS).
No ano de 2005 registra-se mais um marco importante tanto para a história da Renner, quanto para a história corporativa brasileira. A rede de moda entra para o Novo Mercado, segmento da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Foi a primeira vez que uma empresa brasileira teve todas as suas ações vendidas em Bolsa de Valores sem a presença de um controlador. Este conceito, denominado “corporation” (corporação), é largamente difundido nos Estados Unidos, mas ainda inédito no Brasil.
No primeiro semestre de 2006, a Renner inicia mais uma fase de expansão. A rede parte para a região Nordeste e finca sua bandeira em Recife (PE) e Fortaleza (CE), com duas lojas em cada um desses Estados. Além destas, a Renner inaugura mais duas lojas, uma em Curitiba (PR) e a outra em Jundiaí (SP).
O Conselho de Administração da Renner, presidido por Francisco Gros e integrado também por José Galló, que está à frente da Renner desde a década de 90, conta com a participação da consultora de moda Glória Kalil, Egon Handel, José Luiz Osorio de Almeida Filho e Miguel Gellert Krigsner. Com isso, a Renner, uma das maiores redes de lojas de departamentos do país, registra o início de uma nova fase para a empresa. Atualizada com as tendências de mercado e preparada para oferecer o melhor da moda e dos estilos a todos os seus clientes.
Atualmente, Lojas Renner conta com 81 lojas no Brasil, sendo 28 em São Paulo, 13 no Rio Grande do Sul, 10 no Rio de Janeiro, 6 no Paraná, 5 em Minas Gerais, 5 em Santa Catarina, 3 no Distrito Federal, 3 em Pernambuco, 2 no Ceará, 2 em Goiás, 1 no Espírito Santo, 1 no Mato Grosso, 1 no Mato Grosso do Sul e 1 na Bahia.
O segredo de sucesso da rede tem sido o investimento no mix de oferta aos consumidores. Facilidades de crediário e a possibilidade de comprar de perfumes a calçados, moda masculina, feminina e infantil aos mais variados acessórios da Moda, têm permitido a expansão. Afinal, a família pode ser completamente vestida de uma loja Renner. Um conceito que a J. C. Penney, uma das grandes lojas de departamento dos Estados Unidos, implantou e que vem sendo seguido àr risca pelos novos controladores.
Hoje, a aposta administrativa da Renner é a profissionalização de toda a sua gestão, uma vez que a figura do controlador encontra-se pulverizada na forma de acionistas, representados por fundos. Francisco Gross, que foi presidente do Banco Central (BC) e um homem sempre preocupado com a abertura do mercado de capitais, é um entusiasta do modelo, que pode estabelecer novos marcos na expansão dos negócios no Brasil.
Com foco delineado de consumidores, a Renner mostra que tem sede de crescimento e promete, muito em breve, novos investimentos. O sonho do fundador de romper fronteiras hoje é mais que real, é o compromisso dessa rede de lojas.