“Colunista (gay) filho da Scarlet Moon”. Foi assim que uma assessoria de imprensa endereçou para a redação do jornal O Globo, no Rio de Janeiro, correspondência para o profissional que assina coluna neste que é hoje um dos maiores veículos de comunicação do Brasil. Indignado, Chevalier escreveu em rede social que “é assustador ver que demonstrações de intolerância e de HOMOFOBIA vêm de empresas que julgávamos esclarecidas.” Em sua edição de hoje O Globo ouviu a responsável pela assessoria, Bianca Teixeira, que diz ter demitido a funcionária encarregada de etiquetar os envelopes e que teria sido a culpada pelo incidente. Bianca disse ainda que pediu desculpas ao colunista.
Hoje, Chevalier, segundo informou o jornal em que trabalha, irá fazer o boletim de ocorrência em delegacia e conduzir processo judicial por meio dos advogados Ricardo Brajterman e Raquel Castro, presidente da Comissão de Direitos Homoafetivos da OAB. “Não sou de brigar, mas não vejo outra forma de me fazer respeitar, honrar minha dignidade e, sobretudo, a memória da minha mãe. Se eu me acovardar, só vou colaborar para o crescimento já gritante do desrespeito às diferenças nesta cidade e neste país”, disse em post que foi compartilhado por muitos em redes sociais.
“O que me enoja na referida etiqueta é ver que o nome da minha mãe, já falecida e de quem tenho também muito orgulho, foi também inserido como aposto. SIM, sou GAY e filho da Scarlet Moon. Mas será que esse aposto fará diferença para as pessoas em cujas mãos esse envelope passou?”, escreveu o colunista, questionando esse tipo de rótulo.
Chevalier há dois anos assina a coluna Parada Obrigatória no caderno Zona Sul de O Globo e há 13 anos atua como jornalista profissional com passagem pelo Jornal do Brasil e pelas colunas sociais de Marcia Peltier e Anna Ramalho.