CARLOS FRANCO
A publicidade de automóveis reforça sempre a velocidade, o sonho do homem de voar nas estradas e nas ruas, de chegar ao lugar desejado. A marca Cadillac, da General Motors Company, a GM, não fugiu desse conceito em sua mais nova campanha, em que reforça a potência do motor. O carro, gigantesco e de luxo, parece voar nesse comercial.
O carro preferido entre os grandes e o que possui a limusine mais badalada do mercado americano também é o preferido da Mary Kay Cosmetics, uma das grandes redes de venda direta do mercado global. É que a própria Mary Kay queria garantir que suas vendedoras se dedicassem exclusivamente à venda de produtos. Na realidade, Mary Kay não queria que os maridos usassem os carros de suas vendedoras. E um carro rosa, vamos combinar, não ficaria bem para um americano, especialmente aquele que vive nas cidades médias, onde Mary Kay faz mais sucesso em que estão longe de grandes lojas de departamentos com farta variedade de cosméticos. Então, essa empresária que se tornou a maior compradora individual do Cadillac, mandou os pintar de rosa. A cor carrega o seu nome.
Fundada em 1902 na cidade de Detroit por Henry Leland, William Murphy e Lemuel W. Bowen, Cadillac é derivado do sobrenome do explorador francês que descobriu a cidade de Detroit, Antoine De La Mothe Cadillac. O primeiro carro da montadora ficou pronto em 17 de outubro de 1902 e foi desenhado e projetado por Henry Leland. Em 1903, o Cadillac chegou ao salão do automóvel de New York ao preço de US$ 850. Só nessa exibição, seus construtores conseguiram fechar acordos para 2286 pedidos, terminando o ano com 2.500 carros produzidos. Em 1905, foi lançado o Cadillac Osceola.
O sucesso foi tanto que, em 1909 a General Motors comprou a pequena montadora por U$5.5 milhões e introduziu no mercado a primeira limusine do mundo.
A Cadillac revolucionou o mercado de automóveis em 1910, ao oferecer carros totalmente fechados. Dois anos depois, outra inovação importante: a partida automática em substituição as antigas e desconfortáveis manivelas. Nos próximos dois anos, a empresa foi responsável por inúmeras inovações que revolucionaram o mundo automotivo. No ano de 1924, a empresa oferecia uma grande quantidade de cores e pinturas cromadas, enquanto as outras montadoras somente ofereciam a cor preta.
Em 1930, o Cadillac V-16 torna-se o primeiro carro a oferecer 16 cilindros, ganhando mais força e performance. A famosa Goddess (uma deusa estilizada) da Cadillac surgiu em 1934 desenhada por Harley Earl como símbolo de força, estando presente nos capôs dos automóveis da empresa por mais de 20 anos. O teto solar se tornou disponível para os modelos da marca em 1938. Em 1954, foi a vez do limpador de pára-brisas ser apresentado ao mercado. Também foi a primeira a oferecer direção hidráulica como equipamento de série. O Cadillac 1959 é o automóvel que mais representa a América em seu auge. É considerado o mais extravagante (em design) de todos os automóveis americanos já fabricados. No ano de 1964, a empresa inovou novamente ao lançar o controle de temperatura interna dos veículos. No ano seguinte foi pioneira ao utilizar volante regulável. Na década de 70, muitas inovações foram lançadas para linha de carros da empresa, o Air Cushion Restraint System (Air Bag) estava disponível em todos os modelos da montadora nos anos de 1974, 1975 e 1976, além da injeção eletrônica, catalisador e computador de viagem no painel. Em 1976, o luxuoso Cadillac Seville foi lançado, tornando-se um grande sucesso. Em 2001, os modernos carros da linha Escalade são introduzidos no mercado, estando disponíveis em dois modelos, o XLR e o SRX. Ainda em 2001, uma limusine do modelo De Ville com alta tecnologia é introduzida e estreada pelo presidente norte-americano George Bush.
Neste ano de 2008, a marca aproveita a fama de veloz e brinca em comercial com a potência do seu motor.
A GM tem em Cadillac um referencial de luxo e requinte, apesar do modelo cor-de-rosa de Mary Kay. O filme para machos, diga-se. Mulher cuidadosas não pensam nunca sair voando por aí, só quando estão emburradas. E olhe lá.
A raça do Cadillac
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