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Ana Lúcia Lima - Revista Publicittà Ana Lúcia Lima - Revista Publicittà

Ana Lúcia Lima

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A última edição do Giro Ibope traz uma entrevista esclarecedora com a diretora Ana Lúcia Lima sobre a questão do analfabetismo funcional no Brasil. Um assunto que merece a reflexão tanto dos cidadãos e, em especial, dos meios de comunicação, onde a propaganda é parte importante da estratégia de sensibilização dos consumidores. Leia a íntegra da entrevista publicada pelo Giro Ibope:

 


Instituto Paulo Montenegro, IBOPE e Ação Educativa acabam de compilar os resultados do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF), realizado entre 2001 e 2005. O estudo, um retrato detalhado do alfabetismo no Brasil, revela como os avanços e retrocessos do sistema escolar têm impactado a realidade brasileira. Leia, a seguir, alguns destaques do trabalho, na visão de Ana Lúcia Lima, diretora executiva do Instituto.
  
  

O INAF mostra que, entre 2001 e 2005, o alfabetismo funcional melhorou, porém a um ritmo mais lento que o da própria escolarização, registrada pelo IBGE. Por quê?


De certa maneira, podemos dizer que os avanços quantitativos implicaram maior fragilidade do ponto de vista qualitativo. Desde a década de 90, o Brasil vem fazendo um grande esforço pela universalização do acesso à educação. Além disso, criaram-se estímulos para a permanência dos alunos no sistema escolar e para o retorno de jovens e adultos às salas de aula. Como conseqüência, o nível médio de escolaridade da população avançou muito (em 1984, 61% dos brasileiros com mais de 15 anos tinham, no máximo, concluído a 4ª série, enquanto em 2004 essa proporção caiu para 31%).

E quais são os impactos desse aumento na escolaridade da população para o sistema escolar?


Com isso, incorporam-se ao sistema escolar exatamente aqueles que dele estavam mais distantes. São, muitas vezes, a primeira geração a freqüentar a sala de aula, já que seus pais não haviam tido a mesma oportunidade. Como a escola é apenas em parte responsável pelo desempenho dos alunos, tendo também grande influência o contexto que os circunda, é maior, para os educadores, o desafio de garantir uma aprendizagem condizente com o que se espera de cada série. Nesse aspecto, o INAF mostra que não fomos capazes de avançar.

Quais seriam os principais destaques do quadro traçado pelo INAF 2001-2005 sobre o alfabetismo funcional no Brasil?


Os dados trazem um importante alerta, ao evidenciar que 19% dos brasileiros não alfabetizados funcionalmente completaram entre a 5ª e a 8ª séries do ensino fundamental e – mais preocupante – 5% concluíram (ou estão cursando) o ensino médio. Entre jovens de 15 a 24 anos, o problema é ainda mais alarmante, pois 43% dos não funcionalmente alfabetizados cursaram (ou cursam) entre a 5ª e a 8ª séries e 14% chegaram, ou até mesmo completaram, o ensino médio.

O que esses números nos mostram?


Vemos claramente que o número de séries cursadas não está sendo capaz de garantir o domínio das habilidades básicas de leitura, escrita e cálculo, principalmente quando consideramos o grupo que freqüentou as salas de aula no período mais recente.

Quais são as perspectivas do Instituto Paulo Montenegro para o futuro?


Queremos incentivar o debate em torno do tema e contribuir com ações que ajudem a reverter esse quadro. Para isso, abrimos o acesso aos dados do INAF 2001-2005 a todos os interessados.

Quando teremos uma nova edição do INAF?


Até o final deste ano.

Como você avalia a discussão sobre educação na sociedade brasileira, atualmente?


Acredito que a sociedade tenha uma percepção clara da importância da educação para seu desenvolvimento e entenda que esse objetivo não será atingido com uma escola de excelência que atenda apenas a uma minoria. Entretanto já não se aceita que a democratização da educação justifique seus baixos níveis de desempenho. É preciso garantir a qualidade não apenas na fase de formação de crianças e jovens, mas também na educação continuada e na promoção da cultura. Vemos com grande entusiasmo o crescente envolvimento de todos os setores da sociedade e acreditamos na eficácia das ações de responsabilidade social das empresas, oferecendo cursos, apoiando seus colaboradores na educação dos filhos e incentivando o gosto pela leitura. Esperamos que nossa experiência possa somar-se a essas iniciativas para a construção de um novo Brasil.
 

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