O escritor italiano Umberto Eco, autor entre outras obras do clássico O Nome da Rosa, publicada em 1980 e adaptada para o cinema em 1986 por Jean-Jacques Annaud, com Sean Connery no papel principal, morreu ontem, 19, na cidade italiana de Alexandria, na região do Piemonte, onde nasceu em 5 de janeiro de 1932. O livro O Nome da Rosa lhe rendeu o Prémio Strega, em 1981, e foi sua estreia na ficção. Entre outras obras de destaque de Eco estão títulos como O Pêndulo de Foucault, A Ilha do Dia Antes, Baudolino, A Misteriosa Chama da Rainha Loana e O Cemitério de Praga.

Em 2014, Umberto Eco Eco recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foto:
Contrariando o desejo do pai de que se tornasse advogado, Eco estudou filosofia e literatura na Universidade de Turim, de onde se tornou professor. Também foi editor de cultura da RAI, emissora estatal italiana. Em 1956, lançou seu primeiro livro Il Problema Estetico di San Tommaso (não editado no Brasil).
Em 1988 fundou o Departamento de Comunicação da Universidade de San Marino.
Umberto Eco também é autor de importantes obras e ensaios acadêmicos, como Apocalípticos e Integrados (1964), que se tornou referência na literatura de cursos de comunicação. Seu último livro, Número Zero, foi lançado em 2015. Nele, Umberto Eco mergulha no mundo do jornalismo e analisa a queda de qualidade do trabalho nas redações e o fenômeno da internet. Em entrevista ao jornal espanhol El Pais, por sinal hoje, na internet, o melhor jornal do Brasil, ao repórter Juan Cruz, Eco disse:
Meu romance não é apenas um ato de pessimismo sobre o jornalismo da lama; acaba com um programa da BBC, que é um exemplo de fazer bem feito. Porque existe jornalismo e jornalismo. O impressionante é que quando se fala do mau, todos os jornais tratam de fazer acreditar que se está falando de outros… Muitos jornais se reconheceram em Número Zero, mas agiram como se estivessem falando de outro.
Leia a entrevista de Eco ao El Pais na íntegra aqui.
Eco, que lecionou entre outras, nas universidades norte-americanas de Yale e Harvard, assim como no Collège de France, é autor também de uma vasta bibliografia teórico e é autor, entre outros, de O Signo, Os Limites da Interpretação, Kant e o Ornitorrinco, Seis Passeios no Bosque da Ficção e Como se Faz uma Tese em Ciências Humanas.
Desde 2008, Eco era professor emérito e presidente da Escola Superior de Estudos Humanísticos da Universidade de Bolonha. Em 2014, Umberto Eco Eco recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A universidade brasileira foi a 40ª a conceder o título ao intelectual italiano e a primeira instituição do país. (Da redação com Agência Brasil)