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CARLOS MANGA VOOU PARA O REINO DA PASÁRGADA - Revista Publicittà CARLOS MANGA VOOU PARA O REINO DA PASÁRGADA - Revista Publicittà

CARLOS MANGA VOOU PARA O REINO DA PASÁRGADA

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O diretor de cinema e televisão Carlos Manga partiu hoje, 17, aos 87 anos, para o reino da Pasárgada de que fala Manuel Bandeira no qual vivem dois dos grandes atores brasileiros que dirigiu, Grande Otelo e Oscarito, além da irreverente Dercy Gonçalves.

O filho do advogado Américo Rodrigues Manga e da dona de casa Maria Isabel Aranha, José Carlos Aranha Manga nasceu em 6 de janeiro de 1928, no Rio de Janeiro e morreu hoje em sua casa na Barra da Tijuca, na Zona Leste do Rio de Janeiro. Seu primeiro emprego foi como bancário, mas a paixão pelo cinema, em plena ebulição no Rio de Janeiro dos anos 1940/50 e a amizade com Cyll Farney, um astro da Atlântida, acabou o conduzindo para esta usina de sonhos. Começou no almoxarifado, mas bom de conversa e curioso foi chegando mais próximo dos atores e da produção, dos diretores e acabou se tornando assistente e na sequência com Watson Macedo e J. B. Tanko, tornou-se um dos diretores da Atlântida.

Carlos Manga acabou por dirigir duas grandes estrelas da companhia, Oscarito e Grande Otelo, levando seu nome para os letreiros de clássicos como Carnaval Atlântida (1952, direção de cenas musicais), A Dupla do Barulho (1953), Matar ou Correr (1954), Nem Sansão nem Dalila (1954), Colégio de Brotos (1955) e uma série de outros chegando ao irresistível De Vento em Popa (1957) e o emblemático O Homem do Sputnik (1959). Com a decadência da chanchada e do fim dos grandes espetáculos nos cassinos, Manga como muitos dos atores acabou indo parar na televisão no início dos anos 1960 a convite de Chico Anysio na extinta TV Rio.

O diretor fala desse período de glória do cinema nesta entrevista da Rede Brasil em que o ator Selton Mello o entrevista e onde cenas dos clássicos filmes de Grande Otelo e Oscarito são o recheio de uma deliciosa e genial conversa, que gentilmente Selton Mello compartilhou na rede social YouTube.

Da TV Rio, Manga foi para TV Excelsior e depois para TV Record em todas deixando a sua marca de qualidade. Nos anos 1970, foi para Itália realizando o sonho de conhecer o Cinecittà e ver o ídolo Federico Fellini atuando em pleno vigor artístico. Na volta, decidiu produzir, roteirizar e dirigir o filme O Marginal, com um jovem Tarcísio Meira no elenco, cuja imagem da produção ilustra essa reportagem.

Em 1980, mais uma vez a convite de Chico Anysio, Carlos Manga foi contratado pela Globo, onde dirigiu a segunda versão do humorístico “Chico city”. Também dirigiu “Os trapalhões” na fase de maior sucesso do programa. E seguiu na emissora, passando pelo “Zorra total” (1999) até que, no aniversário dos 450 anos de São Paulo, dirigiu a minissérie “Um só coração”, da dupla Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, imprimindo a sua marca de belas imagens, musicalidade harmoniosa com as cenas e uma bela história. Antes, já havia dirigido a bem sucedida minissérie “Memorial de Maria Moura” (1994) e também “Engraçadinha… Seus amores e seus pecados” (1995). Deixou ainda a sua marca em novelas como “Anjo mau” (1997) e “Torre de Babel” (1998). Dirigiu o “Domingão do Faustão” (1989), “Sandy & Junior” (1999) e “Sítio do Picapau Amarelo” (2001).

E seguiu na emissora em projetos pessoais. Carlos Manga deixa de legado, além de sua obra, um filho que tem surpreendido o mercado publicitário com a direção sofisticada de comerciais, Carlos Manga Jr. herdou do pai qualidades raras, entre as quais o senso de oportunidade e o respeito ao trabalho coletivo que resulta em arte. Deixa ainda as filhas Maria Eduarda e Paula. Uma mangueira que deu sombra e muita alegria ao cinema e à televisão na forma de saborosos frutos, os frutos do Manga. Hoje tem festa no céu.

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