A próxima capa do semanário satírico francês Charlie Hebdo traz a caricatura do profeta Maomé segurando um cartaz com a inscrição Je suis Charlie (Eu sou Charlie) e com o título: Tout est pardonné (Tudo está perdoado).
DA REDAÇÃO COM AGÊNCIA BRASIL, AGÊNCIA LUSA E LIBÉRATION
A capa do semanário humorístico foi divulgada ontem, dia 12 de janeiro de 2015, pelos editores e divulgada hoje pelo jornal francês Libération, fundado em 1973 e que teve como primeiro editor-chefe Jean Paul Sartre. Os editores de Charlie Hebdo informaram que o semanário que começa a circular amanhã terá a surpreendente tiragem de 3 milhões de exemplares frente ao normaius 60 mil. A edição especial será traduzida em 16 idiomas de forma a atingir todo o mundo com suas informações.
Esta será a primeira edição desde o ataque contra a redação do semanário ocorrido na semana passada em Paris e que provocou 12 mortes, incluindo quatro cartunistas.
No cartum da primeira página da edição especial, que terá um fundo verde, Maomé surge com uma lágrima no olho.
Desde quarta-feira passada registraram-se três incidentes violentos na capital francesa, incluindo um sequestro, que, no total, fizeram 20 mortos.
Os atentados começaram com um ataque ao Charlie Hebdo. Depois de dois dias em fuga, os dois suspeitos do ataque, os irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos, foram mortos na sexta-feira, por forças de elite francesas, em Dammartin-en-Goële, nos arredores de Paris.
Na quinta-feira, dia 8 de janeiro de 2015, foi morta uma agente da polícia municipal, no sul de Paris. A polícia estabeleceu uma ligação entre os dois jihadistas suspeitos do atentado ao Charlie Hebdo e o assassino da policial.
Na sexta-feira, cinco pessoas foram mortas em um mercado kosher (judaico) do leste de Paris, quando eram mantidas reféns, incluindo o autor do sequestro, Amedy Coulibaly, que foi morto durante a operação policial.
No domingo, cerca de dois milhões de pessoas saíram as ruas da França em defesa da liberdade de expressão e contra os atentados. A marcha em Paris reuniu mais de 1,5 milhão de pessoas e teve a participação de grandes líderes mundiais e representantes de vários países, inclusive o Brasil.
A edição que chega às bancas amanhã visa reestabelecer um clima de respeito entre as divergentes opiniões. A expectativa é de que os 3 milhões de exemplares, dessa edição histórica, se esgotem rapidamente.