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CORONAVÍRUS: O ESPORTE E A CRISE GLOBAL - Revista Publicittà CORONAVÍRUS: O ESPORTE E A CRISE GLOBAL - Revista Publicittà

CORONAVÍRUS: O ESPORTE E A CRISE GLOBAL

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Por José Colagrossi*

Vivemos um momento único em nossa história moderna. O que líamos nos livros de ou víamos nos filmes de ficção virou o nosso dia-a-dia. E para complicar, a mais grave crise global em período de paz dos últimos cem anos acontece  em mundo digital ainda em transformação, quando a sociedade está aprendendo a diferenciar a boa notícia da fake, a fonte com credibilidade da sem, o conteúdo digital de qualidade dos demais, o certo do errado. O resultado disso é a inevitável explosão de informações de todo o tipo que acabam tornando a crise ainda pior. Isso sem falar dos exploradores de ocasião que tentam confundir o público para proveito próprio. Ou seja, uma “crise perfeita”!

Essa situação, que atinge diretamente todos segmentos da sociedade, inevitavelmente alcança os esportes com enorme impacto. O mundo dos esportes parou. Pela primeira vez vivemos um período sem esportes. Não há precedentes em relação ao que está acontecendo globalmente, nem mesmo em tempos de guerra no século passado. Este é um episódio novo para todos: fãs, detentores de direitos, mídia, patrocinadores, organizadores de eventos, inclusive para os atletas. Para piorar, a extensão e consequência desta realidade ainda são desconhecidas. Uma crise sem prazo para expirar.

Diante de um  momento de muitas dúvidas e poucas certezas, insights estratégicos se tornam fundamentais para a tomada de decisões difíceis que não contam com o benefício de aprendizados com episódios similares no passado. No sentido de colaborar com a indústria neste momento de enormes desafios, listamos abaixo cinco insights que julgamos fundamentais em qualquer tomada de decisão.

 

  • Priorize corretamente: a responsabilidade social e saúde pública deve ser a maior prioridade. A proteção da integridade e continuidade dos esportes deve vir em seguida. Qualquer decisão deve ser precedida da investigação se a ação proposta colabora com o esforço maior de combate à crise.

 

  • Abrace a causa objetivamente: vencer a crise deve ser o novo título a ser conquistado em 2020. Use a infraestrutura do clube, como centro de treinamento ou estádio para abrigar pacientes, campanhas de doações de sangue ou qualquer outra contribuição para os órgãos de saúde competentes. Use a comunicação oficial para estimular o comportamento correto. Seja um protagonista.

 

  • Mantenha a paixão viva: mesmo sem competição, ofereça aos seus fãs conteúdos de qualidade. A mudança no hábito de consumo de mídia em meio essa situação deve ser observada e encarada também como uma oportunidade de geração de conteúdos relevantes e inéditos. Os fãs buscarão suprir essa demanda por entretenimento e paixão de alguma maneira ou em algum outro tipo de conteúdo. Plataformas de streaming, incluindo a de grandes grupos de comunicação ao redor do mundo e canais a cabo estão liberando acesso gratuito neste momento.

 

  • Construa valor aos seus patrocinadores neste momento: todos os envolvidos com o patrocínio deverão explorar este aumento no alcance e tempo dedicado aos meios para manterem suas ações de ativações, sobretudo no meio digital, visto o encurtamento do espaço dedicado ao esporte nos meios tradicionais. Todos sabemos que o patrocínio é estratégia de relacionamento e de construção de marca que engloba outros diversos objetivos de marketing e de comunicação. Portanto, se manter presente e partilhar as aflições dos fãs e torcedores certamente será avaliado como atitude nobre e poderá render bons frutos quando retornarmos à nossa rotina regular. As marcas que mantiverem presença terão lugar de privilégio na consideração de compra com a futura normalização e explosão de demanda por produtos e serviços.

 

  • Proteja o calendário: o que é melhor: adiar, encurtar ou cancelar a temporada? Sem entrar nos detalhes específicos de cada entidade, adiar torneios e campeonatos, ao invés de cancelá-los, parece ser a melhor alternativa por várias razões. Manter e renegociar contratos em uma temporada adiada ou encurtada é um processo menos complexo em oposição a um eventual cancelamento. Além disso, mesmo entendendo da gravidade da situação, a falta de temporada deixa uma lacuna, um espaço vazio nessa paixão tão humana. Por exemplo, as estatísticas são muito importantes para qualquer esporte e seus fãs. Uma temporada sem campeão, sem o MVP, sem a emoção das finais, e sem todas as histórias secundárias interessantes transformará um problema temporário numa marca permanente.

 

O esporte tem um papel importante na sociedade e em tempos de crise esse papel se torna ainda mais importante. Seja como fonte de paixão ou como fonte de escape, cabe ao esporte brasileiro entrar em campo neste momento. Afinal, vivemos um momento único em nossa história, e na medida que essa crise se torna o evento marcante para todas gerações, esperamos que nosso esporte também tenha um papel de protagonismo em seu combate, assumindo um papel fundamental na confraternização humana, retomada de confiança e reaquecimento da economia global.

Mantenham a sua presença.

 

*José Colagrossi é Diretor executivo do IBOPE Repucom e COO da Kantar Sports

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