Sônia Bridi é uma brilhante repórter, além de pessoa de grande caráter e ternura, com a qual convivi em cansativas coberturas dos primeiros leilões de privatização, que tiveram início na era Collor, seguiram na era Itamar Franco e ganharam envergadura na era Fernando Henrique Cardoso, quando as chamadas “jóias” da coroa como a Companhia Vale do Rio Doce e o sistema Telebrás passaram a mãos privadas. Nessa época, ela já estava na Tv Globo e eu, no jornal O Estado de S. Paulo.
Mas aqui, o assunto, é outro. Sônia é quem assina reportagem que você vê em vídeo. Nela, entrevista o Dalai Lama. Uma reportagem veiculada pela TV Globo apresentando um pouco da cultura e do pensamento do líder espiritual de um grupo de pessoas que está em conflito aberto com a China.
Esses conflitos, que antecedem as Olimpíadas 2008, remontam ao final dos anos 50 e expõem a luta de poder. O líder religioso do lamaísmo, religião com base no budismo, era também o chefe de Estado desse território da Ásia. E perda de poder, invariavelmente, acaba em conflito. Religiões que são também Estado não chegam a ser novidade. É o caso de Israel e dos seus opostos, os países comandados por líderes muçulmanos. Uma hora ou outra, esses conflitos, especialmente os territoriais, ganham corpo. E projeção. O momento não poderia ser o mais adequado. A China está em evidência. E o Dalai Lama, o que a Sônia entrevista aqui, é o mesmo que conquistou importantes adpetos no meio cultural, especialmente astros do cinema americano como Richard Gere.
Portanto, aproveito para deixar claro, que ao aqui veicular um vídeo que mostra um pouco do lamaísmo, não estamos tomando nenhuma posição no conflito, que não é novo, mas está ganhando corpo a ponto de no último dia 18 de março de 2008, o Dalai Lama se propôs a renunciar caso a China dê autonomia religiosa ao Tibet. Renunciar, neste caso, tem o significado de abrir mão do poder político sobre a comunidade, ficando assim apenas com o poder de líder religioso.
É um jogo de palavras diplomático, mas que faz toda a diferença.
Como boa repórter que é, Sônia dá um panorama, também desse conflitos, nessa entrevista com o 14º Dalai Lama (Tenzin Gyatso).
Confira: