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DESIGUALDADE DE GÊNERO DÁ PRÊMIO À DM9DDB - Revista Publicittà DESIGUALDADE DE GÊNERO DÁ PRÊMIO À DM9DDB - Revista Publicittà

DESIGUALDADE DE GÊNERO DÁ PRÊMIO À DM9DDB

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A rede DDB Worldwide, uma das maiores holdings de comunicação do mundo, reuniu 22 agências da América Latina, mercado hispânico e Estados Unidos para trabalharem em prol de um tema de grande relevância para a sociedade: a desigualdade entre gêneros.  Intitulado Ideathon, o desafio multinacional, realizado num prazo de 48 horas, foi inspirado pelo formato já existente no Vale do Silício, o Hackathon (hacker + marathon). A primeira edição do Ideathon contou com a participação de mais de mil pessoas, envolvendo a apresentação de 150 ideias. O projeto vencedor, “The Same Salary Project”, foi criado pela DM9DDB, escritório da rede no Brasil. 

 

O The Same Salary Project é um projeto audacioso que utiliza big data como premissa e tem como objetivo chamar a atenção sobre a diferença salarial entre homens e mulheres.  Por meio de uma ferramenta online, o projeto vai captar dados anonimamente e identificar a desigualdade salarial entre gêneros em cargos semelhantes, em empresas de diferentes países do mundo. A partir dos dados coletados um índice será gerado. E as empresas que demonstrarem uma maior igualdade salarial entre gêneros ganharão o selo “The Same Salary Company”. O selo tem potencial de criar uma nova forma de medir a reputação das empresas e passará a influenciar na imagem que os profissionais e consumidores tem sobre elas, chamando atenção para a causa.

 

O lançamento do projeto apresenta uma ação ousada, em que todas as mulheres da rede DDB (22 escritórios na região) não comparecerão ao trabalho por um dia inteiro. A ideia desta ação é mostrar o real valor de cada profissional mulher dentro das corporações. Neste momento o projeto entra em fase de implementação.

 

“Mobilizamos toda a nossa equipe para que as propostas fossem viáveis e com grande relevância social. Vencer o Ideathon vai muito além do prêmio. Significa provocar o nosso principal ativo, que é a nossa criatividade, e aliá-la a um relevante projeto social nascido de uma iniciativa privada”, comenta Laura Chiavone, VP de Planejamento da DM9DDB. “Estamos extremamente orgulhosos em ter apresentado uma ideia com grande potencial de gerar influência cultural sobre o tema sugerido”, finaliza a executiva.

 

Este é um tema de alta relevância, principalmente, no mercado de trabalho. Segundo levantamento da Corporate Women Directors International (CWDI), divulgado no fórum Global Summit of Women deste ano, as mulheres representam apenas 6,4% da diretoria das 100 maiores empresas da América Latina. Além disso, o estudo também aponta que quase metade dessas empresas não têm mulheres em seu conselho de administração.

 

A América Latina fica atrás da América do Norte (19,2%), Europa (20%) e Ásia – Pacífico (9,4%). Entre os países latino-americanos citados no estudo, a Colômbia ocupa a posição de liderança, com 13,4% dos cargos dos conselhos ocupados por mulheres. No Brasil, onde estão as maiores empresas na lista, a média é de 6,3%. O México registra um número mais baixo, com apenas 5,1%, enquanto Chile aponta o menor índice da região, com 3,2%.

 

O precursor deste formato de trabalho coletivo e dinâmico foi o #chuvadeideias, Hackathon em prol de soluções para a crise hídrica no Brasil, realizado pela DM9DDB em fevereiro deste ano. “É uma grande honra saber que influenciamos tão positivamente toda a rede DDB com este projeto. O nosso insight surgiu a partir da crise hídrica vivida em diversas regiões do Brasil. Tivemos excelentes propostas e algumas já estão implementadas”, analisa Laura Chiavone.

 

“Esta foi uma experiência ótima e tivemos uma grande participação dos colaboradores com muito entusiasmo em prol da causa. Recebemos ideias brilhantes que podem complementar o projeto vencedor como uma campanha holística. Nosso objetivo é iniciar a implementação dessas ideias internamente e espero que outras empresas também possam aderir à causa”, acrescentou Juan Carlos Ortiz, Presidente da DDB Latina e presidente criativo DDB Américas.

 

P.S. da Revista Publicittà: Enquanto isso…. Em Uberlândia, interior de Minas Gerais, vergonhosamente, no último dia 16, a Câmara Municipal votou pela retirada do respeito a gênero no Plano Municipal de Educação.  Aqui anexamos a nota oficial daqueles que lutam pelos direitos da mulher nesta cidade do Triângulo Mineiro.

 

A ONG SOS Mulher e Família de Uberlândia se indigna e repudia a atitude dos(as) vereadores(as) de Uberlândia que votaram, dia 16 de junho, pela retirada da terminologia gênero do Plano Municipal de Educação, um retrocesso histórico sem igual e desrespeito à comunidade que o produziu coletivamente. E esclarece: gênero diz das construções sócio-históricas, culturais, simbólicas, representações dos masculinos e femininos, nas relações de poder nada neutras ou desinteressadas e problematiza o fato de as diferenças terem sido, ao longo do tempo, traduzidas em desigualdades. Ao desnaturalizar, tirar o caráter de essência e universalizante, a categoria possibilita as necessárias desconstruções com vistas à equidade. As pesquisas revelam que quando a educação formal e informal não tratam, hipocritamente, das questões de gênero, aumentam-se gravidez na adolescência, doenças sexualmente transmissíveis, suicídios de jovens, tripla jornada de trabalho para as mulheres, salários desiguais entre os gêneros, educação fragmentada, dicotômica e sexista, paternidade não responsável, crimes passionais, as possibilidades de violência física, sexual, psicológica, patrimonial. Por exemplo, o Brasil está em 7 lugar no ranking de vários países por assassinato de mulheres em ralações afetivas. Incoerentemente e sem conhecimento de causa e pressionados por alguns grupos religiosos, uma aberração pois q o Estado é laico, alguns(mas) legisladores passaram por cima da Constituição art. 5, dos Direitos Humanos, dos Tratados Nacionais e Internacionais dos quais o Brasil é signatário, das Metas do Milênio, onde dois dos 8 Macro Objetivos tratam de Gênero, das
políticas para promoção da equidade de gênero apregoadas pela ONU(especialmente a ONU Mulheres) e do bom senso. Esses(as) legisladores(as) ficarão na memória e na história, com o legado de mostrarem, na pratica, desconhecer a função relevante do legislativo. Lamentável. Preocupa-nos os próximos episódios. Será que retomaremos aos tempos da superstição, da culpa e do medo que paralisam? Restaurarão a caça às bruxas(os), queimadas por sua sabedoria, e as fogueiras da Inquisição com as sutilezas e à luz do século XXI? A história se repetindo em farsa ou tragédia?
 

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