Ato em defesa da democracia e contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff ocupa a Praça da Sé e a rua lateral da catedral, no centro da capital paulista. Organizado pelo movimento Frente Brasil Popular, o ato foi batizado de “Em Defesa da Democracia, Golpe Nunca Mais”.
Quatro carros de som levam líderes de movimentos sociais e de sindicatos que se revezam nos discursos.
Entre os manifestantes, há balões e bandeiras de entidades, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), da União da Juventude Socialista, da Central de Movimentos Populares, além de sindicatos de diversas categorias.
As pessoas carregam bandeiras e faixas com o nome de Dilma e com a hashtag #DilmaFica, além de mensagens contra o impeachment e contra o que chamam de golpe.
O professor Daniel Eid Garcia, 41 anos, diz que participou de todas as manifestações contra o impeachment este ano. Ele disse que veio ao ato de hoje para reforçar a ideia de que a sociedade não pode aceitar o impedimento da presidenta. “O método [atual]configura golpe, não há sustentação jurídica para o impeachment”, disse.
O coordenador da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bomfim, concorda com a avaliação. “Está claro que não tem embasamento jurídico [para o impeachment], a presidenta Dilma não cometeu crime de responsabilidade, será um golpe se isso ocorrer. Nós estamos confiantes que não vai ocorrer. E se ocorrer, o [vice-presidente] Michel temer já começa um governo deslegitimado”, disse.
“O que está em jogo não é simplesmente derrubar a presidenta Dilma, o que está em jogo é um movimento de retirada de direitos trabalhistas e de eliminação de programas sociais. Com as forças políticas que estão acenando para um eventual governo Temer, a situação dos trabalhadores não vai melhorar”, destacou.
“[Num eventual governo Temer] vai é piorar a situação dos trabalhadores e da população mais pobre porque vai retirar direitos. Toda vez que entra em crise, o andar de cima fica com a fatia maior, e quem paga a conta são os trabalhadores. Mesmo em um governo Dilma, comprometido com os setores populares, isso já está acontecendo”, disse Bomfim.
Críticas ao presidente da Câmara
Também participam do ato a Frente das Mulheres pela Democracia, a Frente Brasil Sem Medo, e a Marcha Mundial das Mulheres. A palavra de ordem mais cantada é “Não Vai ter Golpe”. Uma grande faixa erguida por um balão traz os dizeres: “O Pré-Sal é Nosso Só com a Partilha”. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é criticado pelos manifestantes.
“Nós, as mulheres, pedimos o fora Cunha, esse corrupto, que prega a injustiça, a favor da morte das mulheres. E essa direita golpista que, ao tentar dar a golpe e destruir a esquerda, não contava com a nossa capacidade de luta. O que eles fizeram foi fortalecer a nossa luta. Seu machismo chulo contra a Dilma fez com que as mulheres do país se erguessem todas. Sairemos fortalecidos desse embate”, disse a coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres, Nalu Faria.