Por Carlos Franco
A presidenta eleita do Brasil, Dilma Rousseff, mais uma vez se sentará hoje como réu no covil de golpistas. Sua presença no Congresso Nacional marca o ritual do golpe de Estado em curso, mas, com a mesma coragem com que enfrentou os golpistas militares nos idos dos anos 1960, enfrentará os golpistas de hoje, deixando o seu nome, mais uma vez, na história daqueles que acreditam e apostam no Brasil e nos brasileiros.
Não estará sozinha, levará na sua bagagem o voto de mais de 54 milhões de brasileiros que a elegeram em outubro de 2014. São esses votos da maioria de nós, brasileiros, que uma minoria representada por senadores sem escrúpulos – a maioria deles respondendo aos mais diferentes processos na Justiça, inclusive os de crime eleitoral – querem cassar num rito que caracteriza um golpe de Estado, agora com transmissão ao vivo e a cores pelas redes de televisão.
E é golpe de Estado porque a definição deste ato é muito clara e não deixa margem para dúvidas de que são golpistas aqueles que o defendem, senão vejamos o que dizem os dicionários diante da etimologia desta expressão que senadores visam transformar em realidade com seus atos, alguns, como Cristovam Buarque, recorrendo ao cinismo para explicar o nada nobre gesto:
Golpe de Estado, também conhecido internacionalmente como Coup d’État (em francês) e Putsch ou Staatsstreich (em alemão), consiste na derrubada ilegal, por parte de um órgão do Estado, da ordem constitucional legítima. Os golpes de Estado podem ser violentos ou não, e podem corresponder aos interesses da maioria ou de uma minoria.