Processo de impeachment, que resultou na cassação dos votos de 54 milhões de brasileiros por 61 senadores, corroeu a aprovação dos principais nomes da cena política. Eduardo Cunha é o nome com maior desaprovação, com 77% de avaliação negativa. Michel Temer e Marina Silva também não foram poupados nem o derrotado nas urnas presidenciais Aécio Neves.
Leia o texto divulgado por Ipsos:
O processo de impeachment não poupou os principais nomes da cena política monitorados pela Ipsos e corroeu os índices de aprovação de praticamente todos, tanto dos que se opunham ao processo quanto de seus apoiadores. Os dados são do Barômetro Político da Ipsos, parte do estudo mensal Pulso Brasil. A edição mais recente da pesquisa foi realizada entre os dias 30 de julho e 9 de agosto, com 1.200 entrevistas presenciais em 72 cidades brasileiras.
A ex-candidata à presidência da república Marina Silva foi quem viu a maior deterioração em seus níveis de aprovação. Entre abril, mês em que o processo de impeachment de Dilma Rousseff foi aprovado pela Câmara dos Deputados, e agosto, mês em que o Senado decidiu sobre o afastamento definitivo da presidente, o índice de aprovação de Marina recuou 19 pontos percentuais, de 48% para 29% no período. Já sua desaprovação subiu de 44% para 58%, também a maior alta entre os nomes monitorados. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Outro que sofreu com o processo foi o senador Aécio Neves, que viu sua aprovação cair 11 pontos percentuais no período, de 31% para 20%. Sua desaprovação, contudo, não subiu na mesma proporção: saiu de 59% para 64%. Também houve alta no índice dos que afirmam desconhecer o senador, de 10% para 16%.
Atrás de Marina, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o deputado federal Jair Bolsonaro foram os que viram a maior elevação em seus índices de desaprovação. A avaliação negativa de Cunha saltou de 65% para 77%, enquanto a de Bolsonaro subiu de 41% para 53% no período.
A maior beneficiada do processo foi Dilma Rousseff, que viu sua aprovação subir 11 pontos percentuais e sua desaprovação cair 13 pontos percentuais. Ainda assim, Dilma possui um dos mais altos índices de desaprovação entre os nomes monitorados, com 71%, atrás apenas de Cunha. Já sua aprovação em agosto ficou em 23%.
Michel Temer, que presidiu interinamente o país entre maio e agosto, também sofreu com o processo. Sua desaprovação saltou seis pontos percentuais desde abril e ficou em 68% em agosto, enquanto sua aprovação recuou de 24% para 21%. A taxa dos que afirmam desconhecer Temer ficou em 11% no mês.
O ex-presidente Lula, que em julho virou réu na Lava Jato, viu pouca variação em seus índices de aprovação e de desaprovação no período, embora a avaliação negativa do presidente em agosto seja a maior nos últimos 12 meses. A desaprovação ao petista ficou em 67% no mês, bem próximo do patamar registrado em abril, enquanto a desaprovação recuou um ponto percentual e ficou em 28%.
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