Desde 2008, o dia 19 de agosto foi assinalado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial da Ação Humanitária. A data é uma referência ao atentado ocorrido neste dia, em Bagdá, no Iraque, que matou o brasileiro Sergio Vieira de Mello, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos para o Iraque, além de outros 21 funcionários que atuavam na missão de paz naquele país. Desde 2009, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) lidera o planejamento e orientação das celebrações do Dia Mundial da Ação Humanitária pelos governos, pelas Nações Unidas, pelas organizações humanitárias internacionais e ONGs de todo o mundo.
Neste ano, o OCHA anunciou na última quinta-feira, 13, o uso das redes sociais para a campanha global em torno da data, convidando os internautas a “doarem” seu “feed” , a timeline de suas páginas nas redes sociais como o Facebook e Twitter, para a publicação de histórias de ajuda humanitária ao redor do mundo. Todos podem também compartilhar suas experiências sobre “resiliência, sobrevivência e esperança” fazendo uso da hashtag #ShareHumanity. Para doar o seu feed basta clicar aqui e concordar que os embaixadores da ONU publiquem histórias em sua timelime.
Para ampliar o engajamento, embaixadores da ONU que participam da ação como o jogador de futebol Kaká já estão postando histórias. No Twitter, Kaká conta a sua experiência de acompanhar o trabalho de assistência em comunidades remotas do Nepal e a entrega de comida feita pelo Programa Mundial de Alimentos nessa região em constante conflito étnico e religioso. Essa é uma das histórias que podem aparecer de seis em seis horas na sua timeline, com a assinatura do jogador, assim como a sua pode aparecer na dele. Outras personalidades que apoiam a campanha são o empresário britânico Richard Branson, o pianista chinês Lang Lang, o cantor australiano Cody Simpson, a tenista Maria Sharapova, o cantor colombiano Juanes, a jornalista Christiane Amanpour e a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai. As histórias deles se unirão as suas e será pulverizadas nas redes sociais de forma a promover a reflexão sobre as questões relacionadas aos grandes dramas da humanidade.
A ideia de OCHA é a de usar as plataformas e as redes sociais para aumentar a conscientização coletiva sobre as crises humanitárias e inspirar a solidariedade e o ativismo social. Segundo a ONU, 80 milhões de pessoas no mundo foram afetadas por desastres naturais, conflitos, fome e doenças e precisam de assistência. O total é o dobro do registrado há 10 anos.
Alexandra Eurdolian, diretora de mídia social do OCHA, disse ao site especializado em publicidade Mashable, na última quinta-feira, após o lançamento oficial desta campanha, que o esforço é no sentido de por meio das redes sociais atingir gerações mais jovens, especialmente daqueles que normalmente não têm contato com questões humanitárias. “Millennials podem não ter dinheiro para doar para as causas, mas o que eles têm é uma sequência significativa de interesse e capacidade de difusão das ideias, mobilizaçao”, disse Eurdolian Mashable. “Isso é o que estamos pedindo por aqui – para doarem os seus feeds, a fim de permitirem que estas histórias possam ser contadas e essas vozes possam ser ouvidas”.
Uma bela iniciativa e um belo filme convite da ONU à espera da sua decisão em participar.
