A Revista Publicittà dará início a partir desta primavera que começa em 21 de setembro de 2016 a novo projeto, que implica em mudança editorial visando o futuro.
Sempre buscamos nos últimos nove anos, quase uma década, levar aos nossos leitores informação com aquilo que a comunicação pública (a publicidade e a propaganda) produz, tanto agências como empresas de produtos e serviços relacionados ao mundo dessa modalidade de comunicação, incluindo as novas mídias e as novas ferramentas usadas na transmissão de informação. Estamos certos de que cumprimos o nosso papel.
A partir de agora, porém, ainda que dentro do mesmo e vasto território, a Revista Publicittà passará a exercer papel mais crítico. Apontaremos, como analistas de mercado que somos, os erros na comunicação pública e assumiremos o compromisso de divulgar, sem ressalvas, apenas produtos e projetos que tenham por objetivo um mundo melhor, mais inclusivo e sustentável e artigos que de fato tenham relevância.
O mercado de comunicação pública só tem sentido se aquilo que anuncia é natural e necessário ou de alguma forma contribui para uma sociedade melhor e mais solidária, menos individualista e mais inclusiva. É isso que torna relevante a comunicação e faz com que os produtos ou serviços anunciados de fato transmitam a noção de pertencimento como expressão de uma sociedade pautada no respeito à diversidade cultural, social, étnica, religiosa e sexual.
O consumo desenfreado e, por conta dele, o desrespeito ao homem e ao meio ambiente é cada vez mais inaceitável assim como campanhas publicitárias que ampliam o fosso entre o ser e o ter, como se ter fosse mais importante do que ser.
Nos últimos nove anos, nós, da Revista Publicittà, não comercializamos diretamente anúncios em nossos espaços e é isso que nos dá a liberdade plena de ser voz crítica no processo de comunicação pública. Uma modalidade de expressão que, lamentavelmente em diversas ocasiões e na tentativa de ser inovadora e divertida, muitas vezes em busca de prêmios, compromete imagem e reputação de instituições públicas e privadas, empresas, produtos e serviços. Essas peças de comunicação pública, verdadeiras aberrações, acabam por serem instrumentos e ferramentas de estímulo ao bulling e, assim, excluem, subtraem e nada somam. São singulares e não plurais, uma vez que são expressão de interesses nefastos de desejos privados e nunca públicos.
Nesse processo, que estramos prestes a empreender, estaremos mais próximos daqueles que, em diversas frentes, buscam mostrar as realidades provocadas pela exclusão e o consumo desenfreado e injustificado. A violência e exclusão que advém desses processos, incluindo as guerras, pano de fundo muitas vezes para o acesso aos bens sobretudo os minerais por parte do vencedores, tornando os vencidos escravos desses mesmos bens.
Nosso compromisso com o tempo presente busca, assim, deslizar para o futuro comprometido com a sustentabilidade e a perfeita harmonia entre o ser e o ter, sem que o ter como ocorre nos tristes e sombrios dias das primeiras décadas deste século 21 tome definitivamente o lugar do ser. E nada nos restará, mantido este atual sistema de comunicação pública a não ser os vestígios de retumbantes fracassos.
É o ser em contraposição ao ter que privilegiaremos neste espaço virtual que a Revista Publicittà ocupa a partir deste 21 de setembro de 2016 e que marca o início da primavera no Hemisfério Sul.
Por fim, consideramos oportuno darmos essa guinada neste momento da vida brasileira, no qual um governo e um projeto sem a legitimidade do voto, busca empurrar o Brasil e os brasileiros para a idade das trevas. FAÇA-SE A LUZ. É preciso florir sem TEMER florir.
EDITORIAL: CARTA AO FUTURO.
0
Share.