No início deste mês, os moradores e visitantes de Nova York foram surpreendidos por animais em extinção que, de uma hora para outra, ocuparam os 102 andares do Empire State Building na forma de uma projeção mapeada de alto impacto que uniu a organização não-governamental Oceanic Preservation Society, que tem defendido em todo o mundo a causa das baleias e ursos polares, o Discovery Channel e o estúdio Obscura Digital. Entre os animais ameaçados de extinção e alguns já extintos foi incluído o leão Cecil, símbolo do Zimbábue, cruelmente assassinado pelo dentista norte-americano Walter Palmer, residente em Minneapolis, Minnesota. A projeção que durou quase quatro horas foi embalada por de J. Ralph e idealizada por Louie Psihoyos e Travis Threlkel do Obscura Digital. O objetivo foi mostrar no prédio que é um dos epicentros do mundo os riscos que a humanidade corre de perder espécies animais de grande e rara beleza. Alertando, inclusive, para a questão do clima que ameaça não só as espécies animais como o próprio homem e também a caça predatória desses animais, como a praticada por Palmer.
As projeções mapeadas sempre atraem milhares de pessoas onde quer que aconteçam, mas o Empire State Building é ainda mais simbólico. O edifício erguido entre 1930 e 1931, com seus 102 andares de estrutura metálica, mais que símbolo de Nova York (imortalizado no cinema no filme King Kong) foi durante quatro décadas o mais alto de Nova York, condição que perdeu para Torre Norte do World Trade Center erguida em 1972, condição que retomou quando esta foi derrubada por aviões em 11 de setembro de 2001 e retomou até 2013, quando o One World Trade Center foi erguido. Só que em estilo art-deco, o Empire State Building é uma jóia da arquitetura e do cinema, e se na primeira versão de King Kong em 1933, o animal assustava a cidade, hoje a cidade assusta os animais e nas paredes desse prédio, eles pedem socorro.
