Evento que vem sendo realizado no Rio de Janeiro a cada dois anos desde 2012, o Festival Internacional de Circo ganha uma edição especial em comemoração aos 450 anos do cidade apresentando até o próximo dia 6 de dezembro, mais de 90 espetáculos gratuitos de cerca de 30 companhias brasileiras e de outros países, somando um toral de 300 artistas. As apresentações ocorrem em diferentes espaços, como arenas, lonas, teatros, escolas e parques públicos, e em todas as áreas da cidade, incluindo 20 favelas.
Por Paulo Virgílio/Repórter da Agência Brasil
O espetáculo Clockwork, da companhia sueca Sisters, abriu na noite da última quinta-feira, 26, o festival, em sessão fechada para convidados na lona do Circo Crescer e Viver, localizada na Praça Onze, região central do Rio. O Crescer e Viver, circo que junta arte e transformação social, com mais de dez anos de atividade, é o idealizador e organizador do festival, que conta com o patrocínio da prefeitura carioca.
Misto de dança contemporânea e acrobacias sincronizadas, Clockwork terá apresentações abertas ao público, na mesma lona circense. Um outro destaque internacional é o premiado espetáculo argentino Barlovento, da companhia do mesmo nome, misturando dramaturgia e circo, com ingredientes de humor, dança e acrobacias.
Esta terceira edição do festival tem como tema Eu Rio, inspirado no sorriso e na alegria do carioca. Bem de acordo com a temática, a companhia carioca Up Leon traz a montagem Rio de Felicidade, que se baseia nas cenas do cotidiano da cidade e nas músicas que falam do Rio para apresentar números como contorcionistas embalados pelas ondas de Copacabana.
“Uma das coisas que não abrimos mão no festival é atender a cidade em sua totalidade, levando espetáculos de qualidade para todos os cantos do Rio”, destaca Vinicius Daumas, diretor artístico do festival. Além de 11 escolas públicas da rede municipal e de dois ônibus-palcos itinerantes, que levam espetáculos às favelas, passam a integrar o circuito nesta edição quatro áreas públicas da cidade: a revitalizada Praça Mauá, Praça Tiradentes, Campo de Santana e Quinta da Boa Vista.
“O festival está levando atrações para as praças, que são o lugar do povo, democrático, para todas as faixas econômicas e sociais”, comemora Daumas. Segundo ele, há hoje no Brasil uma demanda muito grande pela arte circense. O Circo Crescer & Viver, que também atua na formação profissional, recebe jovens de 12 estados brasileiros e de quatro países.
“O que o poder público tem que fazer hoje é promover ações de fomento à produção circense. As artes do circo são as únicas que abrangem todas as faixas etárias, mas se comparadas com outras linguagens artísticas, foram as que receberam menos investimento no Brasil”, comenta o diretor artístico do festival.
A programação completa, os locais, horários e classificação indicativa de cada espetáculo estão disponíveis no site www.festivaldecirco.com.br .