A Federação Internacional de Futebol (Fifa) afirmou que acolhe “com satisfação” as investigações das autoridades policiais dos Estados Unidos e da Suíça contra a corrupção e outras práticas ilícitas no futebol mundial. Segundo o diretor de Comunicação, Walter de Gregório, a entidade, apesar de ser uma vítima do suposto esquema fraudulento, está cooperando com as investigações.
POR ALEX RODRIGUES/REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL
“Neste caso a Fifa é uma vítima, é a parte prejudicada”, disse Walter Gregório em pronunciamento à imprensa, num hotel da Suíça, horas após policiais suíços deterem em Zurique sete dirigentes da entidade. Entre eles está o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marín.
“Não houve nenhuma ação dentro de nossos escritórios, somos quem sofre as consequências”, acrescentou o diretor da Fifa ao alegar que o episódio prejudica a imagem da entidade. Ele confirmou que as prisões têm origem em investigações sobre um suposto pagamento de suborno para a escolha dos países-sede das duas próximas Copas do Mundo: Rússia, em 2018, e Catar, em 2022.
Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, foram detidos além de José Maria Marín, os dirigentes da Fifa Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. Um mandado de busca também é executado na sede da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), em Miami, na Flórida. Os detidos deverão ser extraditados para os Estados Unidos, onde a procuradoria de Nova York os indiciou por extorsão e corrupção.
O Ministério Público da Confederação Helvética instaurou nesta quarta-feira um processo penal contra os dirigentes para apurar as suspeitas de pagamento de suborno na escolha dos países-sede. Ainda assim, o diretor da Fifa garantiu que tanto as duas próximas edições do evento quanto as eleições desta sexta-feira (29) para a escolha do novo presidente da Fifa estão mantidas. Segundo Gregório, o atual presidente, Joseph Blatter, não está entre os investigados.