Investigar a questão do narcotráfico no México para além do noticiário policialesco é a missão que une os jornalistas Diego Enrique Osorno e o Ioan Grillo. Trabalhando especialmente com a conjuntura mexicana, os dois procuraram apresentar o tema dentro de uma perspectiva ampla, envolvendo política, economia, saúde, sistema judiciário e uma rede complexa que costura principalmente Europa, Estados Unidos e América Latina.
“Não há romantismo, o poderoso chefão não existe mais. Hoje é capitalismo puro. A máfia é uma empresa mergulhada nas dinâmicas onde opera”, resumiu Osorno. “No México, existem seis ou sete cartéis de drogas e todos têm na cúpula chefes de Estado, sem exceção. O narcotráfico não enfrenta o Estado, o narcotráfico tenta trabalhar junto com o Estado”, completou.
Grillo citou a violência envolvendo milhares de pessoas executadas, desaparecidas, torturadas, detidas no México, mas se diz esperançoso com as dimensões que as experiências e discussões envolvendo a descriminalização das drogas vem ganhado em diferentes partes do mundo. “Vivemos uma era histórica. O debate transformou-se massivamente. Para a maior parte dos políticos, era impossível até mesmo falar em legalização há quatro ou cinco anos.”
Os dois foram convidados de última hora para ocupar o horário que estava destinado ao jornalista Roberto Saviano. O italiano não recebeu autorização dos responsáveis por sua segurança para viajar e por isso cancelou sua vinda. Antes do início da mesa, foi exibido o trecho de um vídeo enviado pelo próprio Saviano à organização da Flip, lamentando sua ausência. O México e a situação no narcotráfico ocuparam a mesa.
Com informações do Blog da Flip.