A cidade de New Orleans, Louisiana, Estados Unidos, lembrou ontem, sábado, 29, os 10 anos da passagem do furacão Katrina que a devastou em 29 de agosto de 2005, deixando um saldo de 1.833, milhares de desabrigados e uma árdua tarefa de reconstrução. Uma cerimônia em um cemitério homenageou 83 mortos pelo Katrina que as famílias nunca reivindicaram os corpos e que foram enterrados em um mausoléu. Uma coroa de flores foi depositada por moradores e religiosos. Os nomes da maioria das vítimas enterradas no mausoléu foram descobertos graças ao trabalho de investigação e de médicos legistas. Apesar do esforço, 30 pessoas não foram identificadas, mesmo 10 anos depois do Katrina.
As informações do DNA dos corpos e do lugar exato onde foram encontrados estão guardadas para o caso de algum familiar reivindicar os restos mortais. Para o prefeito de Nova Orleans, Mitch Landrieu, permitir que essas vítimas descansem juntas é uma forma de não deixar ninguém para trás.
Apesar da tristeza, moradores marcharam pela cidade sob o som de músicas. Foi uma cerimônia para celebrar a vida e a reconstrução daquilo o furacão destruiu.
A cidade também realizou várias outras homenagens em diferentes pontos, convidando para a reflexão em torno dessa tragédia, uma delas com a presença do presidente Barak Obama, uma face bem mais humana do que a do ex-presidente George W. Bush, que também voltou ao local, pois comandava o país quando o Katrina destruiu New Orleans e foi bastante criticado por, num primeiro momento ignorar a dimensão dessa tragédia norte-americana.
A cidade de New Orleans é conhecida em todo o mundo por sua irreverência e uma cultura de liberdade e muita alegria, embalada pela música que brota nas ruas. Há dez anos, essa cidade foi silenciada pelo Katrina, que a atingiu de forma devastadora. As imagens divulgadas, na época, pela Nasa, entre as quais a que ilustra essa reportagem mostram a dimensão desse fenômeno natural assustador.
Fundada por exploradores franceses em homenagem a Felipe D’Orleans, casa imperial com ramificações também na família real portuguesa e brasileira, New Orleans cresceu de forma multicultural, mesclando tradições europeias e afros que deram origem a ritmos que encantam. A cidade é palco dos maiores festivais de jazz e blues dos Estados Unidos, a musicalidade que a ajudou a enfrentar a dor provocada pela passagem do Katrina e que ganhou espaço nas ruas no dia de ontem para celebrar a vida. Um dia para não esquecer. (Da Redação com Agência Brasil)