CARLOS FRANCO
Pesquisa, planejamento, ação e atitude a favor do turismo fizeram de Las Vegas um atrativo mundial com seus cassinos, neons e o pecado que mora ao lado.
A cidade que abriga a partir dessa segunda-feira, dia 5 de janeiro de 2015 até o próximo dia 9, a maior feira de tecnologia do mundo, a CES 2015, da sigla em inglês da Consumer Electronics Show promovida pela poderosa Consumer Eletronics Association (CSA), é a prova da força de um planejamento bem traçado e da criação, no meio do deserto de Nevada, de uma cidade epicentro hoje do turismo e da inovação. Mas a história até chegar a Las Vegas de hoje é de bravura, ação e muita atitude.
Las Vegas Valley foi até 1900 apenas um ponto de vales que continuam poços artesianos e, por força deles, áreas verdes e de prados (vegas no espanhol) no caminho do Oeste norte-americano e sua propagada corrida do ouro. Principal cidade do estado norte-americano de Nevada, no Condado de Clark, do qual Las Vegas é o centro propulsor da economia.
Ponto de passagem dos que sonhavam com ouro e riqueza, foi nesse vale que empresários ergueram hotéis e cassinos para aproveitar, no jogo, dos sonhos de riqueza, do dia para a noite, dos que por ali transitavam. Fundada oficialmente em 1911 e com o jogo legalizado em 1931, a cidade abriga hoje, na Las Vegas Boulevard, os maiores e mais luxuosos cassinos do mundo como Bellagio, Caesars Palace, Excalibur, Luxor, Mandalay Bay, MGM Grand, Monte Carlo, New York, New York, Paris, Stratosphere, The Venetian e Treasure Island. O primeiro deles, o histórico Flamingo Hotel em Paradise abriu a chamada Las Vegas Strip com inauguração em 22 de novembro de 1989 do The Mirage.
Além das ferrovias, que incluíram a cidade no mapa, a conclusão em 1935 das obras da Represa Hoover atraiu investimentos e população, pois a água era fundamental para o progresso da cidade que ganhou o empurrão em 1931 da legalização do jogo. Aquilo que deu fama à cidade, também a prejudicou com a máfia tendo o local como centro de negócios até que o governo deu uma mão para que o magnata das comunicações, o legendário Howard Hughes comprasse cassino, hotéis e montasse estações de rádio e televisão em Las Vegas nos anos 1960. A criação da Base Aérea de Nellis reforçou o clima desenvolvimentista da cidade.
Os grandes e luxuosos hotéis também abriar suas portas para além do jogo, grandes espetáculos e disputas de luta livre, como os campeonatos mundiais de boxe. Os salões de convenções passaram a estimular a ocorrência de feiras e convenções, entre as quais a CES. Tudo muito natural, afinal por força do jogo, desde o início a cidade abrigou empresas de alta tecnologia para o desenvolvimento de softwares que são o recheio precioso – e secreto – das máquinas caça-niquéis e também sofisticados equipamentos eletrônicos de segurança, pois o dinheiro que circula nos cassinos é alto, assim como os fornecedores de equipamentos para a base área. São empresas como Bigelow Aerospace, CommPartners, Datanamics, eVital Comunicações, Petroglyph, SkywireMedia, Switch Comunications e WorldDoc que geram empregos e emprestam à cidade a sua fachada longe do pecado, que mora ao lado. Aliás, são famosas as igrejas da cidade que realizam milhares de casamentos diários ao gosto e ao sonho do consumidor, inclusive suas perversões.
Nada mais apropriado que a luz neón com a qual Las Vegas dá as boas vindas ao mundo. Nesse documentário, um pouco da transformação dessa cidade naquilo que ela é hoje. Um belo case de marketing a favor do turismo e do entretenimento.