Leite de Rosas o tradicional produto de toucador brasileiro chega à internet em maio para difundir a mudança, com a qual espera transmitir um ar de modernidade, sofisticação, leveza e suavidade ao novo logo lançado em agosto de 2014. Para marcar a mudança de ares, mantendo o aroma característico do produto e sua viscosidade, criou um informativo e suave filme, uma espécie de vídeo-case, para rememorar seus grandes momentos. Da primeira garota-propaganda da marca, a primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Maria Olenewa, passando pela pequena notável Carmem Miranda, sua irmã Aurora, até o patrocínio, na década de 1950, dos prestigiados concursos de Miss Brasil, Leite de Rosas tem, de fato, muito o que contar. E o faz com graça pelas mãos da Design Factory e da hashtag #leitederosas.
Tudo começa, como narra o filme, em 1929, quando o seringalista Francisco Olympio de Oliveira, mudou-se do Amazonas para o Rio de Janeiro e, aos 52 anos de idade, e decidiu criar um cosmético feminino. Um amigo farmacêutico ajuda-o no desenvolvimento de uma fórmula, que foi batizada como Leite de Rosas. Em sua própria casa, no bairro de Laranjeiras, Zona Sul da cidade, Francisco e sua mulher Maria de Lourdes produzem e envasam o produto cujo registro emitido naquele mesmo ano conferia à empresa F. O. de Oliveira, o direito de produzir e comercializar o Leite de Rosas.
Cinco anos mais tarde, precisando de mais espaço e com vendas aumentando, a família foi morar no Jardim Botânico, instalando a sua produção na garagem da casa e contratando o primeiro funcionário para trabalhar no negócio. Francisco Olympio divulga Leite de Rosas colando cartazes nos postes na madrugada e passa a usar também o rádio e a patrocinar para que falassem do produto astros de então como Orlando Silva e Elza Marzulo. Também coloca pequenos anúncios em revistas femininas da época como Fon-Fon, Jornal das Moças e Revista do Rádio até que consegue convencer Maria Olenewa, primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a ser sua primeira garota-propaganda. Fez tanto sucesso que a próxima escalada seria Carmem Miranda, depois sua irmã Autora e, na década de 1950, o apogeu a convite de Assis Chateaubriand, o Chatô, para patrocinar o concurso Miss Brasil.
Naquele momento, Leite de Rosas já era produzido em grande escala em unidade fabril no bairro de São Cristóvão, na zona portuária do Rio de Janeiro. Em 1961, o seringalista sonhador morre e a família assume o negócio, com o genro Henrique Ribas, que dá novo impulso ao negócio. Já na década de 1980, o produto começa a ser distribuído mais vigorosamente nas regiões Norte e Nordeste, mas sem se desvincular do charme que o rodeia e que, agora, o traz de volta, com toda uma tradição, para o mercado consumidor do Sudeste e para as novas gerações sem perder uma história que recomenta a própria história da beleza no Brasil.
Toucador sem Leite de Rosas é como goiabada sem queijo, fica sempre faltando aquele it consagrado por Carmem Miranda nas campanhas publicitárias do passado. O it que faz a diferença.