A Levi’s Strauss acaba de lançar um belo documentário em comemoração aos 143 anos de seu modelo de jeans mais popular, o 501. Dividido em três partes: trabalho, estilo e revolução, mostra como o modelo criado em 1853 atravessou as décadas seguintes e vestiu o mundo, sendo usado na década de 1960 como modelo de rebeldia e um quase uniforme dos jovens, para depois tornar-se peça fashion obrigatória em todos os guarda-roupas, de longevos a crianças e, sobretudo, jovens, não importa de que geração.
O documentário é uma aula da história da moda e do vestir no mundo. Relembra a presença do jeans no cinema, em filmes como “Assim caminha a humanidade…”, estrelado pelo rebelde Montgomery Clift, passando pelas passeatas de 1968 em defesa das liberdades individuais em todo o mundo à rebeldia dos “O Selvagem da Motocicleta”, como Marlon Brando, ao iconográfico filme “Amor, Sublime amor”, musicado por Leonard Bernstein.
Levi’s Strauss, que carrega o nome do imigrante judeu Levi Strauss, que desembarcou nos Estados Unidos como Loeb Strauss em 1847, vindo do pequeno vilarejo alemão de Buttenheim, na Bavária, onde nasceu em 6 de fevereiro de 1829, é um dos maiores clássicos do sucesso empresarial que nasceu do acaso. Levi Strauss querendo aproveitar a corrida do ouro no oeste norte-americano, abriu em São Francisco, Califórnia, USA, uma pequena loja para vender têxteis e investiu suas economias em lonas para os mineiros, mas ela encalhou. Se valendo de seus conhecimentos de alfaiataria, herdado dos pais, então tingiu essas lonas de azul e passou a vender calças e macacões para os mineiros, com costura aparente e forte. Isso levou outro inventor a procurá-lo.
Jacob Davis, também judeu, originário da Lituânia, e alfaiate na cidade de Reno, Nevada, USA, escreveu para Levi Strauss para falar que havia inventado arrebites para dar melhor sustentação às calças de trabalhadores, de forma a sustentarem bolsos para o uso de ferramentas de trabalho. Sem dinheiro para registrar a patente do invento, Davis sugeriu a Levi que dividissem os custos do processo. Na época, esses custos eram de hoje modestos US$ 68. Em 1873, os dois registraram a patente de nº 139.121 no Departamento de Marcas e Patentes dos Estados Unidos. Desde então, o dia 20 de maio de 1873 entrou para o calendário como a data oficial do “blue jeans”, como o conhecemos hoje e o modelo 501 como o seu ícone.
No documentário, além de cenas dos filmes, está a trajetória desse ícone com depoimentos de John Baldessari, Mark McNairy, Mike Harris, Lee Ranaldo e uma narração sensível do músico Jack Elliott.