No Brasil, a Elephant Parade Floripa, na capital de Santa Catarina, desperta interesse nos turistas e rende milhares de selfies nas redes sociais, assim como as nove esculturas do animal que Amarula, a marca de licor, levou para pontos estratégicos de São Paulo na última semana. Os leilões dessas esculturas de elefantes também movimentam o mercado de marketing e promoção. A Swarovski, por exemplo, líder global no segmento de cristais lapidados, doou cerca de 5 mil cristais para a confecção de uma peça da Elephant Parade Floripa, uma das maiores exposições de arte do mundo. A obra “Ellaphant”, assinada pela cônsul da Tailândia Thassanee Wanieck, foi inspirada na personagem Elsa, da animação Frozen, e recebeu aplicação de Cristais Swarovski no corpo e na coroa, feita de prata maciça. A peça, junto com outras 79 obras assinadas por grandes artistas brasileiros, está disponível em um leilão online beneficente (http://www.elephantparade.com.br/leilao), com lance inicial de R$ 7 mil. Cerca de 20% do valor arrecadado com a venda da Ellaphant será destinado à Rede Asta, instituição filantrópica indicada pela Swarovski para receber a doação. A instituição é um empreendimento social que comercializa produtos de design feitos por grupos produtivos (especialmente mulheres) de regiões de baixa renda. “Doar os cristais para a confecção dessa peça, que além de incentivar a arte, ajuda na inserção social de pessoas, faz parte do compromisso da Swarovski de fomentar o design do nosso país e de empoderar nossas mulheres”, explica Mônica Orcioli, diretora da Swarovski Professional na América Latina.
Todas as peças ficarão disponíveis para lances até o dia 2 de abril, quando será realizado o leilão presencial.
Ja na África e Ásia, onde os vivem os elefantes, a situação é bem mais dramática e levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a lançarem um alerta ao mundo revelando que cem mil elefantes foram mortos nos últimos três anos, o que leva a espécie a uma situação delicada de sobrevivência em nosso planeta se medidas eficazes de proteção não forem urgentemente tomadas.
Em comemoração ao Dia Mundial da Vida Selvagem, celebrado no último dia 3 de março, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu à comunidade internacional que amplie seus esforços de combate à caça e tráfico ilegais de espécies silvestres e produtos delas derivados. Em 2016, os eventos da ONU que marcaram a data contaram com o subtema “O futuro dos elefantes está em nossas mãos”.
“Por muito tempo, o mundo foi testemunha de imagens desoladoras de massacres em massa de elefantes por suas presas”, lamentou o chefe da ONU, que lembrou a adoção da Agenda 2030 pelos Estados-membros, no ano passado.
Os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável contêm metas específicas para a erradicação da caça ilegal até 2030, mas o compromisso só será cumprido se ‘muito mais for feito’ no mundo todo, alertou Ban Ki-moon.
De acordo com o Secretariado da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies em Risco da Flora e Fauna Selvagens (CITES), entre 2010 e 2012 cerca de 100 mil elefantes foram mortos em decorrência da busca por marfim. Além de serem vítimas do ainda ‘alarmantemente intenso’ tráfico de suas presas, elefantes têm se tornado alvos mais frequentes da caça ilegal.
O secretário-geral do CITES, John E. Scanlon, ressaltou que a atual crise envolvendo a preservação da vida selvagem é “resultado direto da ação das pessoas”. Mas o panorama está mudando. Segundo o dirigente, em todos os continentes e países, as comunidades têm se empenhado para lutar contra o comércio e a caça ilícitos de espécies protegidas, tornando os crimes envolvendo a fauna e flora silvestres muito mais arriscados e menos lucrativos.
Para o diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, o desaparecimento de espécies individuais ameaça a biodiversidade e, por extensão, os sistemas de apoio à vida no planeta.
A mensagem do chefe da agência da ONU foi reiterada pelo brasileiro e secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, Braulio F. de Souza Dias.
“A biodiversidade nos meios silvestres é simplesmente tão importante para o bem-estar do homem quanto a biodiversidade de plantas e animais usados para o consumo humano. A vida selvagem beneficia o manejo de florestas, a pesca e a subsistência ligada ao turismo em todo o mundo”, afirmou Dias.
“A conservação e o uso sustentável da vida selvagem são, portanto, um componente crítico do desenvolvimento sustentável e deveriam ser parte de uma abordagem abrangente para alcançar a erradicação da pobreza, a segurança alimentar.”