Natal é tempo de confraternização. A Microsoft aproveitou o mote para dar uma aula de civilidade à prepotente Apple e levou seu coral de belas vozes para entoar canções natalinas na porta da concorrente, sempre de nariz empinado e produtos e softwares que só conversam entre si, criando um mundo à parte que os “coxinhas do mundo”, essa gente diferenciada e sem respeito à pluralidade e que tanto prezam o fato de se sentirem exclusivos, exclusivistas, tanto amam. Afinal, é assim que sustentam uma empresa que nenhum centavo, ao contrário da Microsoft, destina aos excluídos, pois o papel da Apple tem sido o de estimular, ao longo dos anos, a exclusão digital, para que seus felizes e arrogantes compradores, se sintam parte de uma ilha. Uma meritocracia que, na realidade, se traduz em merdocracia, e como merda boia. A Apple, continuará boiando, com seus compradores exclusivos dependurados num modelo de incomunicabilidade que só elites despreparadas para vida no coletivo e no plural ainda alimentam e desse modelo se retroalimentam e sentindo donas do mundo na sua incomunicabilidade interplanetária.
É, por isso, que ação da Microsoft, convidando a concorrente a “espalhar harmonia”em frente a sua loja da Quinta Avenida,em Nova York, ganha mais importância. Coloca a arrogante Apple no papel que lhe cabe no Natal, uma loja e produtos sem comunicabilidade com os demais, arrogante e pernóstica, altiva na sua exclusividade. A marca desejada do andar de cima, querendo sempre se diferenciar do debaixo e se achando a última Coca-Cola do deserto, é, na realidade, um deserto de ideias e pluralidade, uma rede absolutamente fora da confraternização universal que o Natal simboliza. Na Apple, apenas os fariseus do templo têm entrada, por isso talvez sua contribuição social é apenas um zero à esquerda no mundo da tecnologia. Um modelo de retroalimentação do que há de mais atrasado num mundo globalizado, mas que faz a alegria dos “coxinhas de mercado”. A Microsoft, assim, fritou a Apple, com delicadeza e humanidade. Será que seus “coxinhas” irão entender o recado?. Uma pergunta a ser respondida na posteridade.