Morreu hoje, em Lisboa, o ex-presidente de Portugal Mário Soares, aos 92 anos. Soares, fundador do Partido Socialista, foi um combatente da liberdade e enfrentou com diplomacia e coragem a ditadura de Antônio Salazar que mergulhou o país em trevas por 41 anos, de 1933 a 1974. A correspondente da Agência Brasil em Portugal, Marieta Cazarré tem mais informações sobre a morte desse grande homem, um estadista sempre disposto a ouvir e a conciliar em nome dos interesses dos portugueses. Fica registrada a nossa singela homenagem.
Por Marieta Cazarré/Correspondente da Agência Brasil
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, em declaração feita no palácio do governo, na tarde de hoje (7), lamentou a morte do ex-presidente Mário Soares, a quem se referiu como “vencedor”.
Em nota, o presidente Marcelo de Sousa, afirma que o ex-presidente “foi como lutador pela liberdade que se revelou determinante para criar a nossa democracia; a votar a nossa constituição; a ver a lusofonia como comunidade de Estados soberanos e irmãos; a pedir a adesão às comunidades europeias e a subscrevê-la, sonhando com uma Europa das pessoas e da solidariedade; abrir a nossa diplomacia ao mundo; a condenar as violações dos direitos humanos e as intolerâncias internacionais; a defender a igualdade que permitisse a verdadeira liberdade, num quadro de um socialismo democrático lusíada, europeu, atlântico, universalista e progressista”.
O corpo de Mário Soares será velado no Mosteiro dos Jerônimos, a partir de segunda-feira (9) e o funeral será na terça-feira (10), no cemitério dos Prazeres, em Lisboa. O ex-presidente de Portugal morreu hoje aos 92 anos em Lisboa. Considerado por muitos como o maior nome da democracia portuguesa, Soares foi deputado, ministro, primeiro-ministro, Presidente da República e eurodeputado. Lutou contra a ditadura, foi preso e exilou-se. Voltou ao país após a Revolução dos Cravos, movimento que derrubou a ditadura. Conduziu Portugal no processo de adesão à União Europeia, entre outros feitos.
António Costa, primeiro-ministro português, que está em Nova Delhi, na Índia, para uma visita de Estado, afirmou aos jornalistas que os portugueses serão eternamente gratos a Soares e ressaltou “o contributo único e insubstituível [de Soares]para que hoje sejamos um país livre e democrático”.
O ex-presidente estava internado no Hospital da Cruz Vermelha desde o dia 13 de dezembro.