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Que a mão do tempo e o hálito dos homens Murchem a flor das ilusões da vida, Musa consoladora, É no teu seio amigo e sossegado Que o poeta respira o suave sono.
Não há, não há contigo, Nem dor aguda, nem sombrios ermos; Da tua voz os namorados cantos Enchem, povoam tudo Da íntima paz de vida e de conforto.
Ante esta voz que as dores adormece, E muda o agudo espinho em flor cheirosa, Que vales tu, desilusão dos homens? Tu que podes, ó tempo? A alma triste do poeta sobrenada À enchente das angústias, E, afrontando o rugido da tormenta, Passa cantando, alcíone divina. Musa consoladora, Quando da minha fronte da mancebo A última ilusão cair, bem como Folha amarela e seca Que ao chão atira a viração do outono, Ah! no teu seio amigo Acolhe-me, – e haverá minha alma aflita, Em vez de algumas ilusões que teve, A paz, o último bem, último e puro!