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O negro amor em Salvador

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Combater o racismo, o preconceito, difundir a cultura africana e afro-descendente, desenvolver projetos culturais, educacionais, sociais e econômicos em vistas a melhoria da qualidade de vida das comunidades carentes. Criar projetos que viabilizem o autodesenvolvimento de comunidades. Apoiar associações, movimentos e entidades que tenham os mesmos objetivos. Tentar estabelecer padrões de convívio, referências e exemplos em prol da democracia racial. Promover a cidade enquanto um local de discussão sobre as políticas que envolvem os países da áfrica austral, os africanos e os afro-descendentes.”

É essa a missão do Projeto Salvador Negro Amor (www.salvadornegroamor.org.br) que abriga, até o dia 16, a maior exposição fotográfica a céu aberto do mundo, com 1.501 painéis do fotógrafo Sérgio Guerra espalhados por ruas, avenidas, monumentos e praças da cidade. São as lindas as imagens e estão por toda parte, na Lagoa do Abaeté, nas praias, nos principais pontos turísticos, nos pontos de ônibus. É deslumbrante e valoriza a diversidade que se encontra nesta cidade baiana.

Mas não são só os belos painéis. O projeto une arte, cultura e cidadania, através de diversas atividades interligadas, como a exposição, um CD de músicas, um livro de fotografias e um Portal na Internet, da ONG Salvador Negroamor. A idéia surgiu depois do sucesso da mostra Lá e Cá, que, há um ano, transformou a Feira de São Joaquim em uma verdadeira galeria a céu aberto com uma mostra de mais de 400 fotos feitas no local e no Mercado de São Paulo, em Luanda. Desta forma, Guerra resolveu dar continuidade às ações que revelam os laços culturais entre Brasil e Angola, onde também é responsável, desde 1997, pelo programa de comunicação do governo.

 

O trabalho teve início, em abril de 2006, com cerca de 200 reuniões com sindicatos de classe e patronais, entidades do movimento negro, empresas, órgãos do governo, polícia militar, associação de moradores, entre outros segmentos da sociedade civil organizada, em busca de diálogo e mobilização. Durante 2006, Guerra visitou ainda vários bairros populares, onde registrou em imagens fotográficas toda a rica identidade da cidade. O resultado foi um acervo de mais de 16 mil fotos de pessoas anônimas, além de lideranças religiosas e mestres da cultura popular. “Com meu trabalho quero dar protagonismo a essas pessoas que a sociedade não quer enxergar”, diz o fotógrafo.

 

Já a curadoria ficou por conta do artista plástico e presidente do Cortejo Afro, Alberto Pitta, que durante dois meses selecionou imagens que tivessem a ver com cada área dentro dos seis eixos estabelecidos pelo projeto, contemplando do subúrbio à orla marítima. Os eixos foram divididos em Turístico, Praias, Bairros e Espaços Populares, Grandes Avenidas, Subúrbio e Lá e Cá, em referência à exposição do verão passado na Feira de São Joaquim. De acordo com Pitta, a idéia é estimular o senso estético e proporcionar o deleite às pessoas que não têm a oportunidade de ir a galerias de arte.

 

“Para os bairros nobres, escolhemos fotos de moradores de áreas populares em suas janelas, passando a mensagem de que a felicidade está em qualquer lugar, tanto nas mansões como em casas simples da periferia”, explica o curador. Já as estações de transbordo serão ilustradas com imagens de crianças, a fim de dar mais suavidade e conforto ao vaivém diário dos moradores do subúrbio. Outro trecho ressaltado por Pitta são os bambuzais do aeroporto, que retratam todo o sincretismo religioso da maior capital negra fora da África, através, principalmente, de fotos relacionadas ao candomblé.

 

Ao todo, serão mais de 9.073 m² de arte em painéis distribuídos pela cidade até o dia 16 de fevereiro. Os suportes e formatos serão variados, abrangendo desde outdoor, frontlight e backlight até muros, praças, fachadas de shoppings e casas. Realizado pela Maianga Produções Culturais, o projeto conta com o patrocínio da Petrobras, pela Lei Rouanet, e apoio da Prefeitura de Salvador, Governo da Bahia, Rede Bahia, Coelba, Shopping Iguatemi, Shopping Barra, Lojas Insinuante, Wal Mart/Bompreço, Concessionária Litoral Norte (CLN) e Uranus2.
 
Cidadania

 

Além da megaexposição fotográfica, o Salvador Negroamor compreende diversas ações alinhadas com o conteúdo do Manifesto sobre democracia e valorização da identidade e representatividade do povo negro, lançado na abertura da mostra Lá e Cá. A meta é que o movimento culmine na criação de um fórum mundial africanista permanente com sede em Salvador, a partir de 2009.

 

O projeto Salvador Negroamor consolida-se em uma organização não governamental de mesmo nome que, na ocasião do lançamento da exposição fotográfica, apresenta à população o seu Portal de serviços na Internet, disponibilizando um banco de currículos de profissionais afrodescendentes, informações sobre países africanos e artigos diversos.

 

Outro produto importante do movimento é o CD com compilação de músicas que versam sobre o tema da cultura afrodescendente, como Massemba, Brilho e Beleza, Alegria da Cidade e Zumbi, além da inédita Salvador Negroamor, uma parceria entre Sérgio Guerra e Péri. O álbum conta com adesão de compositores e intérpretes como Virgínia Rodrigues, Lazzo Matumbi, Margareth Menezes, Arnaldo Antunes, Mateus Aleluia e Jauperi, entre outros. O produto será vendido nas principais lojas especializadas e sua renda, bem como a do livro de fotografias, será revertida para a ONG Salvador Negroamor.

 

 

 

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