“São Sebastião do Rio de Janeiro, esculpido entre o mar e a montanha, quilômetros de praias e sol o ano inteiro. Essa história de Cidade Maravilhosa já deu o que tinha que dar. Será que é só isso o que somos?” É assim que a Prefeitura do Rio de Janeiro inicia o seu mais novo comercial com foco nas Olimpíadas 2016. Assinado pela agência Prole, esse inusitado filme também é o último trabalho do diretor cinematográfico Carlos Manga Jr. na Zola, agora Popcorn. Filho do lendário diretor das grandes comédias e chanchadas da Atlântida José Carlos Aranha Manga, ele joga o foco nas pessoas nessa ação que busca o elo entre os moradores e os grandes eventos. E é justamente esse o convite a todos: ver a cidade além dos seus cartões postais, a sua gente. São 6,5 milhões de habitantes, ocupando praças, prédios, calçadas, fazendo do carnaval o maior evento momesco do mundo e do futebol a sua arte. Para ganhar o jogo, diz o filme, é preciso chamar, trazer o carioca para o campo de decisão, pois é assim que se ganha a partida, recorrendo ao bordão “parceiro” tantas vezes usado pelo jogador Romário, hoje senador. Uma expressão que foi incorporada ao jeito e a alegria transbordante de ser do carioca.
Segundo Manga, “o filme foi rodado ao mesmo tempo com duas unidades para aproveitar ao máximo a luz, com um olhar mais urbano, mais urgente; mostrando um Rio de Janeiro sob um ponto de vista diferente”, além dos cartões postais.
O icônico relógio da Central do Brasil sinaliza a corrida para as Olimpíadas e também esse novo olhar para os moradores que a Prefeitura lança nesse filme manifesto. Um olhar além do cartão postal para que façam parte, afinal são todos, individualmente e coletivamente, que escrevem, no dia a dia, a história dessa cidade que não se resume às suas belezas naturais e que sempre ganhou potência com o elemento humano.
O melhor cartão postal do Rio é o carioca e é ele que empresta a alma aos acidentes geográficos como o Pão de Açúcar, o Corcovado, o Dois Irmãos, a Pedra Gávea e as praias de Ipanema, Leblon, Copacabana, Barra, Restinga e os belhos d’água da Lagoa Rodrigo de Freitas e da Baía de Guanabara. É também o carioca, afinal, o dono da festa, das Olimpíadas que pela primeira vez se realizam num país da América do Sul, esse Brasil que tem no Rio de Janeiro o seu cartão postal e na sua gente as luzes da cidade.
Belo trabalho do Manga, o último na Zola, o primeiro de uma série de bons filmes retratando com sensibilidade o Rio de Janeiro e seu maior patrimônio: o carioca.