O Museu de Imagens do Inconsciente, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, abriga mais de 360 mil obras e já participou de mais de 150 exposições nacionais e internacionais. Criado pela psiquiatra Nise da Silveira nos anos 1950, o local abriga obras produzidas pelos internos do Instituto Municipal Nise da Silveira (ex-Centro Psiquiátrico Pedro II). A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) com o objetivo de valorizar museus menos conhecidos do país acaba de lançar um belo filme sobre este espaço de arte e reflexão.
Como forma de valorizar museus menos conhecidos no país, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil lançou vídeo sobre a história do Museu de Imagens do Inconsciente, localizado na zona norte do Rio de Janeiro e criado na década de 1950 pela psiquiatra Nise da Silveira.
Pioneira da terapia ocupacional que adotou como alternativa a tratamentos violentos usados na época como eletrochoque e lobotomia, a psiquiatra Nise da Silveira criou o museu com as obras produzidas pelos pacientes do Instituto Municipal Nise da Silveira (ex-Centro Psiquiátrico Pedro II).
O Museu de Imagens do Inconsciente já realizou mais de 150 exposições no Brasil e no exterior, abordando tanto aspectos científicos como artísticos das obras dos internos. Seu acervo teve origem em ateliês que funcionam até hoje e, por isso, se renova a cada dia.
A iniciativa da agência da ONU vem ao encontro de um novo instrumento normativo da UNESCO que trata da “Proteção e Promoção de Museus e Coleções, suas Diversidades e seus Papéis na Sociedade”, adotado durante a última conferência geral da organização, em novembro de 2015.
Sobre Nise da Silveira
Nise da Silveira, fundadora do Museu de Imagens do Inconsciente, foi uma psiquiatra brasileira conhecida por propor terapias alternativas aos tratamentos violentos adotados na época, como eletrochoque, lobotomia e insulínico. Ela também foi uma das pioneiras da terapia junguiana no Brasil.
Na faculdade em que estudou na Bahia, era a única mulher em uma turma com mais de 120 homens. Em 1934, no Rio de Janeiro, passou em um concurso público para o Ministério da Saúde para atuar como psiquiatra. Trabalhou por dois anos no Hospital da Praia Vermelha, conhecido também como Hospício Pedro II.
Em 1944, após oito anos afastada de suas funções, retornou ao trabalho e se rebelou contra os tratamentos psiquiátricos da época. Propôs a terapêutica ocupacional — que utiliza atividades como tapeçaria, salão de beleza, jardinagem, música e teatro — como uma maneira alternativa de tratar os pacientes, os quais chamava de clientes.
Em 1946, criou o Serviço Terapêutico Ocupacional e logo percebeu que atividades artísticas como pintura, modelagem e xilogravura começaram a se destacar como um meio de acesso ao mundo interno dos pacientes. A partir daí, começou a estudar e colecionar as imagens produzidas, e muitas delas revelaram talentos artísticos considerados extraordinários para especialistas do mundo da arte.
O museu está localizado na Rua Ramiro Magalhães, 521, no bairro de Engenho de Dentro, Rio de Janeiro.