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Pobre Diamantina. A luz merencória da lua se afasta de suas ruas onde serestas sempre deram o compasso e o passo dos dias e das noites para ceder lugar, mais uma vez às trevas, aos arcebispos sem fé no Evangelho de Cristo. Se no passado não tão remoto, a triste, soturna e nefasta figura de Geraldo de Proença Sigaud (1909/999) ocupou o posto de 1961 a 1980, agora, a partir deste mês, é Darci José Nicioli que assume o posto de arcebispo de sua prelazia.
Em comum, ambos os religiosos demonstram em homílias total desapego ao Evangelho de Cristo. Pregam o ódio em vez do amor. Pregam a intolerância em vez da compreensão. Pregam a escuridão em vez da luz, ainda que da tênue lua que embala suas serestas. Pregam a guera em vez da paz. Pregam o fausto e se vestem do fausto abandonando o simples e o humilde, para estes viram as costas em defesa de suas corrompidas e nefastas elites. Pobre Diamantina. Seus arcebispos sem fé no Evangelho de Cristo se distanciaram daquilo que é a essência do cristianismo e que se resume, como o queria o pregador, numa única sentença: “Ame a teu próximo como a ti mesmo e não faça aos outros o que não quer que façam contigo.”
O brilhante pregador Padre Antonio Vieira (1608-1697) que nos deixou de legado textos de grandiosidade e fé como do sermão de “Santo Antônio aos Peixes”, onde figura o trecho aqui destacado, é um belo exemplo de dignidade humana e da importância do pregador que crê, que tem fé no Evangelho de Cristo. E Vieira nunca se limitou à retórica. Defendeu incansavelmente os direitos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização e por eles era chamado de “Paiaçu” (Grande Padre/Pai, em tupi). Também defendeu os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição e propagou o verbo, o Evangelho de Cristo, sem se apegar aos valores das retrogadas elite sempre dispostas a preservar a propriedade e o capital e a desprezar o trabalho dos que, de fato, labutam para a construção de um país e esperam dele fazer parte.
Aos arcebispos de ontem e de hoje de Diamantina, falta justamente a essência do pregar, a essência do Evangelho de Cristo nas suas palavras. São homens sem fé no Evangelho, que apenas comungam o ódio em defesa das elites. Pobre Diamantina. E julgam portanto, podem ser julgados; pois nesse ponto também ferem a simplicidade do legado de Francisco (1182-1226), o religioso de Assis, do qual o Papa Francisco buscou homenagear no Vaticano usando seu nome e que, com simplicidade busca conciliar a Igreja de Pedro, usando as sandálias do pescador e pregando o amor e o respeito, sem distinção, sem julgamentos, pois conhece o primado de Francisco de que “não julgais para não seres julgado”. E também a sua oração de fé na vida, no homem e na natureza.
Bela herança e alerta nos deixou Vieira, mas para isso arcebispos como os de Diamantina de ontem e de hoje precisariam aprender a ler o evangelho, não bastam cursos e diplomas de teologia; é preciso fé.
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo.