Prada é uma das grifes mais respeitadas do mundo da moda, quer pela qualidade de seus desejados calçados, malas e bolsas, quer por ter transportado, com sucesso, a fama de trabalhar com perfeição esses acessórios indispensáveis para o vestuário e outros artigos da grife. Na campanha de lançamento Primavera-Verão 2015, do Hemisfério do Norte, intitulada Behind the Scenes, Prada mostra a sua capacidade em reunir talentos como os do consagrado ator Ethan Hawke, além de Ansel Elgort, Jack O’Connel e Miles Teller para mostrar do que o luxo é capaz.
POR YUME IKEDA, DE TOKIO
Prada Behind the Scenes é uma grande surpresa entre as campanhas publicitárias do mercado de luxo para essa Primavera-Verão 2015, a estação consagrada no Hemisfério Norte como Spring-Summer. O fotógrafo Craig McDean filmou em Londres e Nova York, mas o sentido de lugar é mais psicológico do que geográfico. Ele recorre aos close-ups (que as selfies sem muita criatividade insistem em reproduzir nas redes sociais) das mãos, rostos e contornos agitados de homens elegantes para invocar um sentido de desconhecido, aquilo que está por trás da cena e que é uma atitude, uma ação sempre reveladora. É claro que o contexto, o por trás das cenas, revela a tonalidade dos tecidos, a alfaiataria tradicional de Prada, com seus pontos de costura aparentes também presentes nos calçados como identidade, mas deixa-nos mergulhar nesse universo, rever, buscar o novo, tudo com muita classe.
Objetos são apanhados, mudam de lugar, buscam o equilíbrio, aquele do pêndulo de Foucault a que o italiano, como Prada, Umberto Eco trabalhou em livro assim intitulado. O clima é de intimismo e serenidade dos tecidos e de suas cores, uma sensação de equilíbrio, de controle. Coisas familiares, como explica no material enviado aos jornalistas especializados o diretor Craig McDean, tornam-se menos familiares quanto mais estamos olhando e ganham “forças mágicas que fazem com que o mundo pareça tão normal por um curto período de tempo indeterminado até revelar a sua estranheza”. Ao buscar a fina estampa de Ethan Hawke, a grife mostra que o momento introspectivo de sua nova coleção é fator de equilíbrio num mundo em que tudo parece ser, mas talvez não seja, como se Luigi Pirandello, o do teatro, voltasse a nos dizer que assim é se lhe parece, mas pode não ser. Confuso? Pode ser, só o luxo de Prada parece realmente ser o que é. E é.