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PRECONCEITO NASCE DAS TREVAS DO ÓDIO E DA IGNORÂNCIA - Revista Publicittà PRECONCEITO NASCE DAS TREVAS DO ÓDIO E DA IGNORÂNCIA - Revista Publicittà

PRECONCEITO NASCE DAS TREVAS DO ÓDIO E DA IGNORÂNCIA

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Por Sandro Alves de França

Desde Gilberto Freyre que gostamos de alimentar o mito cínico que de que temos no Brasil uma “democracia racial” (muitas, muitas aspas). Teve até livro lançado poucos anos atrás pelo diretor geral de Jornalismo das Organizações Globo que trazia em seu título uma afirmação categórica “Não Somos Racistas!” (chuva de aspas, por favor). Os fatos, no entanto, teimam em esfregar na nossa cara uma realidade inconveniente.

Depois de Maju, a garota do tempo do JN, Taís Araújo, uma das atrizes brasileiras mais proeminentes da sua geração, sofreu ataques racistas na sua página oficial no Facebook. Nos dois casos estamos falando de mulheres negras em uma situação socioeconômica deveras privilegiada – uma jornalista e uma atriz do primeiro escalão da maior emissora de TV do país – a segunda maior do mundo, atrás apenas da americana NBC. Logo, figuras cujo trabalho tem amplo destaque.

Bem diferente da condição de outras milhões de mulheres e também homens negros, que tem de lidar diariamente com vários tipos de abusos e assédios apenas por pertencerem a uma etnia e ter uma quantidade maior de melanina na pele. Mas os incautos irão chamar isso de “vitimismo”, dirão que o preconceito racial é algo internalizado na cabeça dos negros, que basta que eles se esforcem mais que terão as mesmas oportunidades.

Compartilham vídeo em rede social falando de coitadismo e fazem discurso inflamado contra as cotas. Pois o ovo da serpente foi chocado; na verdade, estava apenas levemente adormecido e esse clima de ódio político vem descortinando o que de pior existe – e sempre existiu – na cultura brasileira. A diferença é que agora as ratazanas do obscurantismo saíram do esgoto e vieram à tona sem cerimônia nem receio algum, mesmo de cometer publicamente um crime inafiançável, como é o caso do racismo no Brasil.

Mas não, não existe machismo nem violência contra a mulher, a questão racial foi superada e a homofobia é apenas “chilique” de homossexual afetado, todas essas alegações são bobagem, “marxismo cultural”… Esse país é o país da cordialidade e da tolerância e todos tem as mesmas chances de crescer na vida nesse verdadeiro paraíso tropical… Vez por outra essas falácias são desmentidas da forma mais abominável e corrosiva possível, com o as garras do preconceito fustigando figuras públicas e nos mostrando o quão atrasado, ignorante e raivoso o brasileiro pode ser. Que se lide com isso de frente ao menos, sem tentar encobrir o que todo mundo sabe que é real e rotineiro. O combate a essas ideias anacrônicas e desprezíveis começa de forma simples, coibindo pequenas manifestações que se considera triviais, educando sem rotular ou diferenciar.

Preconceito nasce das trevas do ódio e da estupidez da ignorância. Alimentá-lo só rebaixa a categoria de sujeito pensante e consciente. Somos todos humanos no fim das contas, uma única espécie dita racional e também a única que manifesta ostensiva e sistematicamente a discriminação. Que se aplique a Lei e que e se eduque contra qualquer forma de segregação. É o único caminho.Taís falou de amor em sua resposta às agressões covardes e criminosas que sofreu.

Nelson Mandela tem um discurso clássico que diz que “para odiar as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar”. Que ensinemos, então, a maior e mais transcendente filosofia já difundida: o amor. E para os incapazes de ter qualquer tipo de empatia pelo próximo que se faça cumprir as sanções legais. Ponto e ponto.

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