O todo poderoso CEO do McDonalds, Steve Easterbrook, bateu o martelo em resposta aos pedidos de acionistas que querem modernizar a imagem da global rede de lanchonetes e desejavam que Ronald fosse aposentado: “Ronald fica”, disse ele na reunião anual aos acionistas, pelo menos por enquanto. O outro ponto da pauta, segundo analistas de mercado que repercutiram na imprensa norte-americana a reunião anual de acionistas realizada na última semana, é mais delicado e irá exigir novas estratégias do McDonalds. Os acionistas criticam a publicidade direcionada ao público infantil por meio de brinquedos temendo que isso possa estimular a obesidade e, desta forma, afetar os negócios da rede. O assunto continua em discussão, de concreto do encontro anual de acionistas apenas a decisão de que Ronald fica e o compromisso de novas estratégias capazes de manter a rede em expansão no mundo com menor exposição aos riscos de imagem e reputação.
O personagem Ronald McDonalds começou a ganhar corpo em 1960, quando um franqueado da rede em Washington, D.C., comprou patrocínio do programa “Circo do Bozo”, que então era levado ao ar pela rede de televisão NBC e durante o qual o próprio palhaço anunciava as ofertas do McDonalds. As vendas cresceram e tudo ia bem até que a NBC decidiu, em 1963, colocar um ponto final na atração que não se mostrava mais rentável. Foi aí que, para manter o palhaço em cena, o ator que vivia o Bozo foi contratado para, com nova roupagem, fazer os anúncios da rede na televisão. William Scott entra assim para a história como o primeiro protagonista do palhaço, que ganharia o nome de Ronald apenas para rimar com McDonald.
Em 1965, a agência de publicidade D’Arcy entrou em campo e modernizou o visual de Ronald McDonald para a tradicional parada do Dia de Ação de Graças que era promovida, em Nova York, pela Macy’s. Fez novamente sucesso e desde 1967 é o embaixador da marca. Para acionistas da rede de lanchonetes McDonalds, representados por fundos de investimento, o palhaço já deu o que tinha de dar em resultados para a rede. Sorte dos atores que vestem a sua fantasia ao redor do mundo que o CEO de McDonalds, Steve Easterbrook, pensa diferente. Ronald fica e está a salvo por enquanto. Já a modernização da rede segue firme, pois precisa conquistar novos públicos e afastar da sua porta o fantasma da obesidade infantil que a ronda comprometendo sempre imagem e reputação.