O “Rogue one – Uma história de Star Wars”, spin-off da saga que é dos maiores fenômenos da cultura pop mundial, chegou aos cinemas brasileiros neste fim de semana. No mesmo mês, o Grupo Editorial Record lança dois livros que versam sobre a saga. Em “Memórias da princesa” (BestSeller), a atriz Carrie Fisher narra suas memórias e se dedica especialmente aos bastidores das gravações como Princesa Leia e sua relação de altos e baixos com os filmes. Já “O mundo segundo Star Wars” analisa as muitas referências e diferentes maneiras de ler a história, que tem ecos que vão de política a religião, de capitalismo a conflitos familiares. Saiba mais sobre os livros abaixo.
Carrie Fisher tinha apenas 19 anos quando foi escalada para viver o papel que definiria para sempre não apenas sua carreira, mas sua vida. “Star Wars” é um dos maiores fenômenos da história na cultura pop, e a Princesa Leia é até hoje vividamente lembrada por sua personalidade voluntariosa, seus coques laterais e seu biquíni dourado. Em “Memórias da princesa”, que chega às livrarias em dezembro pela BestSeller, a intérprete da famosa personagem narra com humor e ironia os bastidores desta experiência, conta histórias de sua vida e fala ainda sobre a volta à franquia, nos novos filmes produzidos por J.J. Abrams.
A fama não era algo estranho a Carrie, filha da atriz Debbie Reynolds e do músico Eddie Fisher. A experiência familiar, inclusive, a ensinou desde cedo o lado ruim da popularidade: o pai ficou conhecido como o homem que deixou a mulher e a família para ficar com Elizabeth Taylor; a mãe acabou seus dias encenando musicais em clubes noturnos – nos quais Carrie começou a carreira artística, atuando como backing vocal.
No livro, ela detalha essas experiências com a família e conta da decisão de se matricular na Royal Central School of Speech and Drama, na Inglaterra, aos 17 anos. Ela acabou abandonando o curso para gravar “Star Wars”, dois anos depois, também em Londres. Carrie conta ainda como foi o processo de seleção para o filme: ela fez o teste diante de George Lucas e de Brian De Palma, que na época escalava o elenco de “Carrie, a estranha”.
Uma seção inteira de “Memórias da princesa” é dedicada a revelar o romance que a atriz viveu com Harrison Ford, seu companheiro de cena e par romântico no filme. A dupla nunca havia confirmado os boatos deste relacionamento – ele era casado na época. O texto narra os acontecimentos desde a primeira vez que os dois se beijaram, num carro, depois de uma festa surpresa de aniversário para George Lucas. Carrie, que tinha 19 anos e era 14 mais jovem que Harrison, mostra ainda trechos do diário que manteve durante as gravações, com direito a poesias, reflexões, sentimentos conturbados e declarações de amor.
Sua relação de altos e baixos com “Star Wars” é um dos destaques do livro. Ela fala sobre a fama repentina, a obsessão dos fãs, e os efeitos do fenômeno na personalidade de uma menina insegura de 19 anos. Em uma passagem engraçada, ela se lembra de passar de carro em frente a um cinema que exibia o filme, com filas que davam a volta no quarteirão, e gritar, da janela: “Ei, eu tô nesse filme! Eu sou a princesa!”.
Os problemas de autoestima da atriz e os detalhes da escolha do icônico penteado de Leia – que ela acha horroroso, por sinal – também são destrinchados no texto. Carrie não tem problemas em falar abertamente sobre a humilhação de “se vender” e “dar autógrafos por dinheiro”, e faz uma reflexão sincera sobre a fama e o modus operandi de Hollywood.
O livro traz ainda um encarte com fotos do set e dos bastidores do filme.
Um dos maiores fenômenos da cultura pop mundial, a franquia “Star Wars” faz parte do imaginário de quase todo mundo. É difícil encontrar alguém que, mesmo não tendo visto os filmes – ou não gostado deles – desconheça a existência de figuras como Darth Vader ou Yoda. Os motivos para o sucesso são vários; para além de uma boa obra de entretenimento, “Star wars” pode ser observado sob as mais diversas perspectivas, que vão de política a religião, de capitalismo a conflitos familiares. Neste “O mundo segundo Star Wars”, que chega às livrarias em dezembro pela Record, o professor Cass R. Sunstein destrincha estas referências e possíveis leituras para os filmes, de maneira divertida e informativa.
O livro, assim como a saga, é dividido em Episódios. Nos três primeiros, Sunstein trata de detalhes e bastidores da produção dos primeiros filmes, e fala das referências que inspiraram George Lucas – uma das mais conhecidas é o livro “O herói de mil faces”, de Joseph Campbell. Ele avalia ainda como o filme se tornou um sucesso – contra todas as previsões, já que, diz o autor, boa parte dos atores e da equipe tinha certeza de que se tratava de um fracasso.
Na segunda parte, Sunstein começa a mergulhar nos diversos possíveis significados que emergem dos filmes, e em alguns de seus temas mais importantes, como paternidade, redenção e liberdade. A terceira parte expande essa investigação e detalha outros assuntos que geram reflexão a partir da saga: rebeliões, república, direito constitucional, economia e insurgência política. Por fim, o autor relaciona os poderes da Força à psicologia comportamental, e conclui que “Star Wars” é uma história sobre liberdade de escolha e a capacidade de fazer o que é certo mesmo quando a esperança é mínima.
Texto e imagens do blog da Editora Record, responsável pelos lançamentos no Brasil.