Wells Fargo entra para a história da publicidade e propaganda nos Estados Unidos e também globalmente como o primeiro banco a abordar diretamente as relações homossexuais com simpatia, tendo como ponto de partida a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, o carinho e o amor que oferecem aos filhos mesmo nas situações mais adversas, quando duas mulheres, como no filme, vão adotar uma criança surda e precisam aprender a linguagem de sinais (libras) para se comunicarem. É comovente o comercial de Wells Fargo e mostra que a instituição fundada em 1852 por Henry Wells e William Fargo, quando criaram a Wells Fargo Companhia de Diligências em São Francisco sabe também transportar mais do que valores, emoção em troca de novos clientes que podem se somar aos seus mais de 23 milhões ao redor do mundo.
Ao canal CNN Money dos Estados Unidos, a diretora de Marketing da Wells Fargo, Jamie Moldafsky, disse que a intenção é a de criar um clima de união em torno das novas famílias, que são parte integrante da sociedade. Segundo ela, de cada três domicílios no país, um cliente Wells Fargo e a empresa queria que seus anúncios refletissem a diversidade de todos os seus clientes. Além do filme com as duas novas mães de uma criança adotada, outros anúncios integram essa bela campanha, como um motorista de caminhão latino-americano e sua filha, uma mulher afrodescendente e seus amigos e também famílias asiáticas.
Wells Fargo, por meio da BBDO, é uma surpresa em meio a comerciais que pouco refletem sobre a mudança da sociedade e muitas vezes insistem em padronagens sexistas cada vez mais inaceitáveis. A roda das antigas diligências de Wells Fargo agora caminha a passos largos para o futuro, deixando como no passado do velho Oeste norte-americano a poeira dos antigos tempos. Durante um longo período, Wells Fargo buscou transmitir a ideia de solidez, que tanto caracteriza as instituições financeiras, mas agora tem se preocupado em mostrar que faz parte da vida dos seus clientes, das suas conquistas e das suas experiências. Uma comunicação mais humana, mais próxima.
Moldafsky reconheceu na entrevista a CNN Money que o comercial pode impactar, mas pontuou que a empresa está firme em seu propósito de transmitir a ideia de união. O megainvestidor Warren Buffet já declarou que discriminar por orientação sexual é errado e que o certo é conviver em harmonia, o que chancela a iniciativa de Wells Fargo no meio financeiro. “Nós entendemos que pode não agradar todo mundo, mas ele (o filme) bate em algo importante e universal e é uma expressão de nosso compromisso com a comunidade LGBT em geral”, disse à CNN Money. Ela também destacou o grande número de casais do mesmo sexo que buscam, agora, adotar crianças. Quase 40% dos casais do mesmo sexo entre as idades de 22 e 55 estão levantando crianças, de acordo com dados do ultimo censo norte-americano e a legislação favorável tem estimulado e resolvido um problema até então crônico da rejeição de crianças por questões étnicas e as com algum tipo de deficiência física, como a menina que agora tem o carinho e o amor de duas mães. Um belo filme, uma bela lição de vida.